domingo, 26 de julho de 2009

de volta a Lisboa, a minha viagem na blogoesfera continua em:
www.loja-das-moradas.blogspot.com

domingo, 19 de julho de 2009

depois de uma semana em que fiz turismo em Lisboa, sinto que volto à vida e aos trinta graus de um verão a sério. a ponte já não faz mais sentido. trago de Haia muitas coisas novas que vou precisar de tempo para processar. o que farei a seguir?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

no reino unido os teclados nao tem acentos. liverpool e um espaco em branco a espera de lisboa. e a ultima vez que entro neste blog em erasmus. acaba aqui, neste hostel com cheiro a cogumelos e pelos alheios a passear pelas camas, a aventura do estrangeiro. e hoje. portugal, de novo...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

o que sinto é estranho. dentro de umas horas apanho o avião para liverpool. quero muito lisboa. quero muito ver-vos de novo. aeroporto da portela segunda-feira. 15.50
"A saudade é um morcego cego que falhou o fruto e mordeu a noite." Mia Couto

O morcego pode ter andado um bocado tosco nos últimos seis meses mas cheira-me que está quase a apanhar-lhe o jeito.
Os tugas cá te esperam!

abraços


cheguei agora de amsterdão. tenho a visão nublada. provavelmente, escreverei o meu último post daqui a pouco....

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A quantos mais sítios tento chegar, menos consigo fazer. Às vezes odeio este passo apressado, atrasado, e este hábito de ter de, diariamente, construir na minha cabeça grandes horários e grandes esquemas para conseguir acrescentar novas entradas ao mesmo.
Despois acontece como hoje: ter de desmarcar, pedir uma vez mais desculpa, muito envergonhada ("Desculpa David"), e tentar reorganizar o horário mental.

Às vezes sou péssima amiga!
faltam três dias para me ir embora de Haia. mais dois para chegar a Portugal. "não tenho palavras."

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Eis umas árvores e eu conheço-lhes a rugosidade, eis a água e eu conheço-lhe o sabor. Estes perfumes de erva e de estrelas, a noite, certas tardes em que o coração se dilata, como negar esse mundo cujo poder e cujas forças experimento? No entanto, toda a ciência desta terra não me dirá nada que possa certificar-me de que este mundo é meu. As pessoas descrevem-mo e ensinam-me a classificá-lo. Enumeram as suas leis e eu, na minha sede de saber, consinto em que elas sejam autênticas. Demonstram o seu mecanismo, e a minha esperança aumenta. Por fim, ensinam-me que este mundo prestigioso e matizado se reduz ao átomo, e que o próprio átomo se reduz ao electrão. Tudo isto é bom e espero que continuem. Mas falam-me de um invisível sistema planetário, onde os electrões gravitam em redor de um núcleo. Explicam-me este mundo com uma imagem. Reconheço então que os homens se embrenharam pela poesia."

Camus, O Mito de Sísifo

E agora meus amigos? Vou estudar físico-química..?

Apelo

Venho por este meio deixar um apelo a todos os homens:

Quando precisarem de comprar um fato, façam-no nas Confecções Maró, que fica na Rua dos Fanqueiros.

As Confecções Maró, por ficarem no 2º andar de um prédio da baixa lisboeta, não devem ter muita clientela. Por isso, um senhor baixinho, com umas calças muito subidas, está todos os dias de mãos atrás das costas, no passeio oposto ao prédio onde fica a loja, para tentar atrair clientes. Ele está lá TODOS os dias, o dia TODO.
Mê cão é mesmo giro.

Um beijinho à Maryanne, embrulhado num pedido de desculpas.

domingo, 28 de junho de 2009

O Primeiro fim-de-semana...

... no Parque de Campismo da Praia da Galé.
Não consigo dobrar os joelhos por causa dos escaldões nas pernas, e dá para reconhecer o formato da camisola que usei neste primeiro fim de semana de implantação para os Campos de Férias 2009.

Apesar de já fazer praticamente um ano desde os últimos CF's, o caminho para as casas de banho, para o bar, e para o super-mercado do parque foi feito automaticamente, como se estivesse lá estado na semana anterior.

Ao contrário do que se pensa neste círculo, Campos de Férias são também sinónimo de férias (além de tantas outras coisas), e de reencontro de uma espécie de família que se forma naquele micro-clima.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Baby you can drive my car
Yes, I'm gonna be a star!
Baby you can drive my car
And maybe i'll love you!"

... dizia o amigo John Lennon.

Agora adivinhem quem já tem a carta..!

terça-feira, 23 de junho de 2009

às vezes não dou importância nenhuma. outras vezes, dou demasiada.
"they took me to the hospital, they put my body throw a scan
what they saw there would impress them all for inside me grows a man
who speaks with perfect diction as he orders my eviction
as he acts with more conviction than I, I, I"

Andrew Bird

domingo, 21 de junho de 2009

Primeira tarde sem nada a fazer, e primeira ida à praia.
Juntando um e outro resultou em: assim que cheguei, adormeci, e só voltei a acordar quando era para ir embora.

Em Lisboa está tttttaaaannnnttttoo calor!

sábado, 20 de junho de 2009

Especial(mente) mau

Aqui já se falou sobre isto. No entanto, ao folhear o Caderno Especial da Visão desta semana, dedicado somente ao Ensino Superior 2009, é impossível não retomar o tema.
Percorrendo este suplemento especial fico-me logo pelo primeiro título: "Bem-vindo a Bolonha". Neste artigo, bem se tenta realçar as fantásticas vantagens do processo de Bolonha. Mas nem a custo o conseguem fazer: "Num período curto, fez-se a transição de um sistema em que todos os diplomados tinham uma formação base que, nominalmente era de quatro ou cinco anos, para um novo modelo em que os estudantes obtêm um primeiro diploma com três anos de estudos", diz assim António Ferrari, reitor da Universidade de Aveiro. Hmm... portanto vejamos: deixámos de ter uma formação base, mas agora tenho um diploma mais rapidamente... só não faço é grande coisa com ele, porque não tenho formação-base.
"Nos dois primeiros anos quase desapareceram as aulas teóricas", continua. Eu cá penso no meu curso e... lembro-me que reduziram o número de aulas práticas de cada cadeira!
Confesso que este artigo não me deixou particularmente entusiasmada com Bolonha...

O segundo artigo que prende minha atenção tem como título "Soluções financeiras - não deixe de estudar por falta de meios para pagar o seu curso. Todas as instituições bancárias têm soluções para o ajudar a estudar. Saiba como"
Portanto, a Visão ensina-nos como, com 18 anos e o 12º ano, contrairmos uma dívida de mais de 3 000 euros (mais, bem mais, que aqui só incluo o valor das propinas) a uma entidade privada! Diz assim:
"Comece por fazer contas para definir todos os custos que vai ter durante os anos em que vai tirar o seu curso. Depois corra aos balcões dos bancos, alguns deles instalados nas próprias Universidades".
Errr... Que bom que é ter um balcão de um banco na minha Universidade, local onde estudo, onde aposto na minha formação enquanto pessoa e membro da sociedade. Na FCSH até já tenho de entrar num balcão do Santander para conseguir entrar na faculdade! Óptima forma de o Governo se desresponsabilizar dos encargos com a educação superior - reencaminhando-nos todos para instituições bancárias (e a correr, ainda por cima!).
As duas páginas seguintes apenas contêm os planos financeiros que CGD, BCP, Totta, BPI, etc, nos têm para oferecer. Tudo em nome de uma educação de qualidade, e para que todos a ela possam aceder, pois claro!

Isto há com cada coisa....!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Que belo começo de dia!

Saí de casa por volta das 10 da manhã. Felizmente sem os auscultadores já nos ouvidos, como é hábito. Já no fim da rua, quase junto à pastelaria Aquarius, suspendi o passo ao reconhecer o que um senhor, que estava na outra ponta da rua (para quem conhece o sítio onde venho dormir, junto à rotunda) estava a assobiar.
Assobiava, bem alto, o "Avante! camarada".
Fiquei quieta, ouvindo a música assobiada, e com um mega sorriso reiniciei a marcha, rumo a um dia que só poderia ser bom graças a este começo!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Chegou!

Adoro receber e enviar cartas.

Já chegou, e a resposta seguirá dentro em breve ;)

Novidade do "i" (impressionantemente mau, imprestável, infeliz, inconcebível)

O jornal "i" começou a ser distribuído gratuitamente na minha faculdade.

Confere precisamente com a descrição que o Martim de Avillez, seu editor, fez há uns meses:
"O "i", nome registado para o título, dirige-se à classe alta, um público que olha para a informação com rigor e exigência".

Outras conclusões sobre este pseudo-diário neste espaço.

Os bonzinhos e os malvados

As pessoas não se apaixonam pelos bonzinhos.


"Devo ter por certo
os gostos trocados
detesto os bonzinhos
adoro os malvados."

(Era este, não era?)

terça-feira, 16 de junho de 2009

tenho saudades do meu mundinho. de lisboa. dos amigos. tenho saudades tuas. quero tocar-te e saber que estás bem.
não tenhas medo.
ontem perguntaram-me: do que é que tens medo?
hoje pergunto-vos: do que é que têm medo?

domingo, 14 de junho de 2009

There is a doggy
He is a really good doggy
He's a special doggy
(Ana)'s favorite doggy
He's a little (brown and white) doggy
He's a funny doggy,
We love that doggy
And his name is...
Pessoa, Pessoa, Pessoa



A música é da Kimya Dwason, e o disparate, bem como as alterações que para ele contribuem, é todo da minha autoria.

Orgulhosamente

Ontem disse ao Tiago como estava contente e orgulhosa por me ter inscrito no Partido. Hoje escrevo uma das razões aqui.

Transcrevo:

Votei pela primeira vez este ano, também nas Europeias. Saí da cabine com um sorriso e com o peito cheio de orgulho, e foi com esse mesmo sorriso e esse mesmo orgulho que coloquei o meu boletim de voto na urna e regressei à mesa A2 da Escola Secundária de Miraflores. Isto porque tive a certeza de que o voto na CDU é aquele que melhor defende os meus direitos enquanto jovem, os direitos dos meus pais enquanto trabalhadores, e dos meus avós, enquanto reformados.
Nas minhas variações de humor do último par de dias, esta é uma certeza que se mantem.

sábado, 13 de junho de 2009

Aldeído fosfoglicérico

A palavra aldeído fosfoglicérico decidiu viver na minha cabeça e não se vai embora por nada.
É um daqueles fenómenos que acontecem quando se quer empinar 4 livros de biologia em 4 dias..

E viva os exames!
de hoje a exactamente um mês a ponte entre Lisboa e Haia vai transformar-se em recordação

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Daqui a 6 meses estou na Dinamarca, para passar outros 6.
A rapidez com que os meses têm passado desde Janeiro é assustadora, e sei que os que faltam até próximo Janeiro também vão passar a correr.
Aí é que verei como é estar sozinha!

Sim, eu sei que isto te lembra que estás a regressar, mas como vês já toda a gente anseia por te pôr a vista em cima :)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Paneleirice: Ontem falei no skype com o Cunha, ao telefone com o David e acabei a noite a falar com o Taborda.
Tenho saudades vossas, (meus putos).

segunda-feira, 8 de junho de 2009

loja de design em amsterdão, óculos de sol vermelhos, caminho para delft, estação de comboios, chuva em Junho, por Dios...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Depois do sol, Haia enche-se outra vez de nuvens, chuva e frio.
Tirei o meu casaco do armário, pus o cachecol à volta do pescoço.
Fui aos correios.
Esta noite há indie rock no paard van troie.
Não vou votar.
Eu sei que este não é o local priveligiado para posts deste tipo, mas o que deixo a seguir é algo que me tem... chateado a ponto de me apetecer fazer um telefonemazinho ali para os lados de Carnaxide, pedir para falar com quem manda naquilo e, já agora, mandá-lo para outro sítio (ainda) menos simpático.

A quatro dias das Europeias, RTP, SIC e TVI, seguem atentamente todas as acções de campanha de alguns partidos que concorrem ao Parlamento Europeu, bem como os seus comícios e arruadas. Sim, alguns, porque há os que ficam de fora.

Vá, o que eu estou a dizer não é bem verdade. Efectivamente a SIC tem mostrado imagens da Ilda Figueiredo em Almada (aqui com Jerónimo de Sousa), em Algés, na Amadora. Porém, acompanhar a reportagem com comentários do tipo : "Sem nada de novo para dizer, Jerónimo de Sousa recorre ao poeta António Aleixo", ou "o discurso, esse, é sempre o mesmo", ou "as reeinvendicações não trazem nada de novo" (e coloco em aspas porque foi mesmo nestes termos que a SIC se referiu às acções de campanha da CDU, sem tirar nem pôr), não é fazer um jornalismo imparcial.
Parece-me a mim, então, que a SIC anda um bocado aborrecida com o facto de ter de transmitir coisas (mas poucas) da CDU: os seus candidatos não fazem ataques ad-hominem, não centram os seus discursos em casos específicos do BPN ou do Freeport, não dizem coisas escandalosas com direito a vários dias de tempo de antena. Os candidatos CDU "dizem sempre o mesmo" porque as coisas que são realmente importantes - o trabalho, a educação, as pensões - não só continuam com os mesmos problemas, como as suas condições pioram de dia para dia.
Então a SIC resolveu abreviar as coisas, e optou por não transmitir parte alguma dos comícios, passando apenas algumas imagens, e dizendo "o discurso não apresenta nada de novo".

Estas coisas dão-me volta à barriga. Nenhum outro partido tem este tratamento, e nisso queremos estar em pé de igualdade com outros. É injusto. Não é mania da perseguição, coisa nenhuma - é só demasiado óbvio e revoltante aquilo que esta estação televisiva tem andado a fazer. E muito triste, também.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O meu mais recente vício



Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção.


Estou bem :)

quem é que eu hoje vi?

Pista 1:
Há 25 anos anda com a mesma fita?

Pista 2:
Não é necessária uma segunda pista, que só há uma pessoa neste Mundo que use a mesma fita há 25 anos.

Lá ia Joana Neto, com a sua fita e os seus óculos escuros (sim, aqueles demasiado grandes para a sua carinha pequenina), vinda provavelmente do CCB, a pé. Infelizmente eu estava dentro do 15 quando a vi passar, portanto não lhe consegui falar.

Mas que regresso momentâneo aos tempos tão bons do "café no intervalo de 20 minutos no Quente&Bom"!

ps: será que ela já foi ao Brasil, como tanto queria?
Li o post anterior e tremi um pouco na cadeira. Tinha entrado no blog somente para escrever o seguinte:
O Verão chegou ao terraço de Asstraat. É caso para dizer: Onde está o Wally?

Mas depois do que escreveste não me posso limitar a isto.

domingo, 31 de maio de 2009

Esta semana estou sozinha em casa. Os meus pais foram tentar ficarem funcionais para outra freguesia, ou como quem diz, em Cádiz.

Entretanto vou fingindo que estudo (olhos no papel, cabeça lá longe - não em Cádiz, diga-se), intercalando a Micro com uns "Pessoa, não roas a borracha" ou "Pessoa não destruas o meu chinelo" ou "Pessoa, não comas o pão do Nuno". Ou então simplesmente a brincar com o Pessoa.

Preciso um bocadinho de ti, Índio.
Nikolas, o rapaz-meio-grego-meio-alemão-que-também-fala-espanhol, é fotógrafo, faz webdesign, começou uma revista online e organiza a maior parte das festas bem organizadas em Haia.
A semana passada, convidou-nos a ir a Amesterdão assistir a um evento que partira de uma ideia sua: uma noite de música numa casa de artes, Cantina Vocaal, cujos lucros reverteriam para a construção de uma escola nos Camarões.
Deixem-me ser piroso e dizer que Amesterdão é a cidade dos sonhos! Os canais estavam repletos de gente a apanhar sol, as velhotas também, as meninas bonitas, os leitores, os homens de cabelo comprido e até os casais gay saíram à rua para passear ao ar ameno que fez afastar todos os corvos.
Naquela cidade o sentido de tempo esbate-se, a ansiedade reduz-se, o passo é lento e todas as montras convidam a algo mais.

No meio do red light district há uma igreja que já pouco usada é para rezar. Acho que há demasiado pecado para fazer valer qualquer oração. Visto que está rodeada de montras com as meninas mais provocadoras do mundo (leia-se , mulheres quarentonas, de cintura larga, barriga proeminente e munidas de chicote) à boa maneira Holandesa, vai de se fazer da igreja um espaço de exposições: porque não?
Até ao final de Julho é possível ver o World Press Photo em território sagrado, pisando antigas sepulturas e surpreendendo-se com monumentalidade do órgão na ala sul da dita.
Foi bom pensar em todas aquelas coisas à luz de fotografias intensas, cruas, jornalismos... O que aconteceu o ano passado? Quais foram as guerras, os problemas?

Depois sentámo-nos no café Crea onde bebi uma bica, a Lily um chá de manga, e ficámos a ver os barquinhos a passar no canal enquanto dizíamos umas quantas futilidades.

A Cantina Vocaal é O espaço que andava a tentar encontrar: uma casa de artes, gerida por uma só família que fez do rés-do-chão do seu prédio uma oportunidade para gente nova mostrar o que anda a fazer.
Refrescante, este dia.
Sinto que o tempo de Erasmus está a entrar na recta final. Se isso por um lado me angustia visto que ainda tenho tantas coisas para fazer aqui, por outro, dá-me energia para planear.
Voltar a Lisboa vai ser viajar, outra vez.
O sentido que essa viagem terá é que há não faço ideia.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Domingo e segunda revi "A Melhor Juventude".

E agora não consigo parar de pensar no que vi.



Quero ir onde à meia-noite ainda há sol.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Mercado cultural, corrida com canções em voz alta, a maior tempestade da minha vida.

domingo, 24 de maio de 2009

Ontem...

...fomos 85 000...




... e das doze notícias da 1ª página do público on-line de hoje, nenhuma diz isto (só para provar-te que aqui não há mania da perseguição).

* foto retirada da pág. da DORL



sábado, 23 de maio de 2009

Hoje, às 15h


Hoje, às 15h, do Saldanha até ao Marquês de Pombal, milhares de pessoas vão dar voz ao descontentamento, com a denúncia e luta contra as injustiças sociais, o desemprego, a corrupção, a degradação das condições de vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados.
Hoje, às 15, do Saldanha até ao Marquês, lutamos por uma verdadeira política alternativa.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

viagem interior pela Bélgica

Quando cheguei com a minha garrafa de vinho chileno percebi onde tudo aquilo me ia levar.

domingo, 17 de maio de 2009

Sombreros

Minha gente

Hoje fui ao ccb ver "Sombreros", um espectáculo de dança de Philippe Decouflé que era realmente espectacular. Fala e dança sobre a história de José Maria e de Maria José (François e Françoise na versão não tuga) e sobre a história das suas sombras. Porque na sua essência "Toda a gente tem uma sombra, toda a gente tem uma gente. O que fazem as nossas sombras assim que viramos as costas? Sombras, para onde vão à noite? Efectivamente, diz-se uma sombra ou um sombra? Ela ou ele? A minha sombra: ela? Ou o meu sombra: ele?". No final da história Maria José e José Maria vão-se casar. Maria José vai levar um vestido branco. Mas aqui surge uma questão... E a sua sombra? Também vai de branco?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Se fosse a profª S. Alarcão diria: "Tiro no pé" e "ai ai minhas encomendas"

Hoje o almoço na faculdade foi "nota de apresentação injusta", acompanhado com "concelho de borla".
A nota injusta é relativa a uma apresentação de História Económica, que incluiu um sábado inteiro e uma terça até às onze da noite na sala de computadores (nessa noite escrevi um poste precisamente a relatar o facto). Enfim, as notas saíram hoje e o que é certo é que tive exactamente a mesma nota que alguns do meu grupo (a nota não foi atribuída ao grupo, mas a cada um) que não gastaram uma hora sequer do seu sábado, nem do seu sono, naquele maldito ex-convento.

Segundo consta só tive um "Reasonable English".

Hã? Mas não era História Económica?

Sim, era. É. Mas, no fundo, não interessou muito o facto de eu ter ido para lá do texto a analisar, ter feito uma pesquisa a partir do nada, digitalizar tabelas, construir linhas cronológicas, coordenar o trabalho, falar do caso português e compará-lo ao britânico sobre o qual o texto se debruçava, ...
Afinal, tenho um "Reasonable English".

Em compensação, recebi um concelho gratuito, ou "for free": para meu bem, a professora avisou-me que nas empresas era assim mesmo - "chega um com mais jeito para falar, e olhe..." ; "tem de seguir determinado padrão de apresentação, como os seus colegas que tiveram melhores notas".

Percebem agora porque falo tão mal daquilo? É por estas, e por outras tantas e tantas outras.

Tu, que me conheces como ninguém, sabes como foi a minha reacção. Juro que tentei argumentar, mas não consegui começar uma única frase sem que a mulher me interrompesse. Foi digno de estar no youtube ou em série de comédia da Fox Life.

Hoje estou extremamente chateada
Se havia coisa que tinha saudades era de dar o bilhete de cinema ao empregado, entrar na sala com pouca gente, escolher um lugar central, dar a mão à pessoa ao meu lado e esperar que o filme começasse com uma conversa sussurrada.
Hoje só não houve mãos dadas nem conversas moles... mas dei o bilhete ao empregado, escolhi um lugar central, recostei-me nas poltronas azuis e esperei pelo filme com ansiadade.
Na Haia decorre um ciclo de cinema que está a repor o melhor do Sarajevo film festival: uma semaninha recheada de cinema dos Balcãs aos preços lusos.
As sessões são introduzidas por uma senhora cujo inglês acentua cada pequeno erre. A função dela é fazer umas quantas considerações sobre a Bósnia, o filme que vamos ver e o gosto dela em nos receber ali: basicamente, fazer-nos sentir em casa. (havia um jarro com as flores mais pirosas da Holanda no canto esquerdo da tela). Lembrei-me da Mariana, do David, e do Andrej nas ruas de Sarajevo a "cuspir na nação" e a perceber a verdadeira essência do turbo-folk. Mas também senti que os tinha aqui. As memórias de viagem não se apagam facilmente. Não era preciso dar as mãos a ninguém para o perceber.
Senti, outra vez, a verdadeira hospitalidade do povo da Bósnia - apesar de, desta vez, uma versão pseudo-erudita da mesma. Quero voltar. Deixo-me feliz.
Vi a curta-metragem eslovena I know e a longa búlgara the worl is big and the salvation lurks around the corner.
*cheguei às onze horas ao jantar espanhol. Já não tive direito a tortilha... mas valeu a pena

segunda-feira, 11 de maio de 2009

não estou dentro de mim. passei o dia com a sensação que me estava a observar. fiquei na biblioteca até às 10 horas para fazer uma pesquisa. cozinhei salmão enquanto falava com a minha mãe pelo skype. vim para o quarto. tenho as costas rijas. apetecia-me que alguém me batesse à porta com um filme na mão.

domingo, 10 de maio de 2009

à noite fui para o bar dos domingos. de duas em duas semanas uma menina espanhola de madrid canta músicas brasileiras com a melhor pronúncia de copa cabana. havia uma comitiva portuguesa a apoiá-la e a cantar: "você abusou, tirou partido de mim, abusou, tirou partido de mim, abusou..." Acho que encontrei a verdadeira embaixada portuguesa com a telma, o marco, o pedro e o primo da telma e a namorada do primo da telma. é como se saísse de casa para estar em Portugal outra vez. soa a conversa de emigrório mas não importa. Foi tudo por acaso. Daqui a quinze dias vai haver tortilha!
Saí de casa para fazer não sei bem o quê.
Queria comprar pão, leite, bolachas, talvez alguma coisa mais para o jantar...
Parei no Coffee & Company. Pedi o melhor galão que alguma vez bebi. (não interessa quanto paguei por ele). O C&C tem três janelas enormes viradas para uma rua estreita. Estava sol em Haia. Passei quase três horas com o galão e com todas as pessoas que passavam. Em frente, há outro café que tem uma esplanada na rua perpendicular. Nesse café trabalham três empregados de mesa e uma empregada de mesa. Dois dos empregados eram carecas, altos e vestiam uma camisa do mesmo tom. Ponderei várias vezes se eram gémeos. O terceiro empregado tinha um ar demasiado frágil, uns olhos muito verdes e uma atitude enjoativa. A empregada usava o cabelo curto, castanho, era esguia e sorridente, mas nunca olhou para mim.

nao foi entre lisboa e haia... foi mais entre haia e amsterdão. sensações das cidades depois de dizer adeus à ana:

.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Retomando a conversa...

É tão bom estar contigo!

Se não os podes vencer... junta-te a eles!

No fundo, somos parecidos: portugueses, espanhóis e gregos.

Obrigada pelo espacinho na cama, pela visita guiada, pela conversa, pelos filmes, e por poder dizer à Anastasia que éramos melhores amigos há oito anos.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em Haia...

...com o Tiago!

Depois de uma noite inteira à conversa - primeiro com pastéis de Belém (esmagados e frios) e moscatel, e acompanhados pelo Panos e pela Joana, e depois sem comida nem mais companhia - aqui por Haia toma-se um duche para abrir a pestana, e preparar o corpo para o milhão de pessoas que nos espera em Amesterdão, para onde nos encaminhamos de seguida.

É Queen's Day nas Terras Planas.

ps: Beijinhos e abraços distribuídos!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Andava a querer aquilo. A podridão, a inocência e o joi-de-vivre daqueles que têm tudo.
Apelo ao fim da consciência social e do dever. Não há miséria agora, nem sentido de tempo, nem as boas notas a filosofia. O meu mundo é regido por este balançar que me faz ter fome. Vou ao supermercado, abasteço-me e depois penso no dinheiro que gasto. Mas hoje não. Hoje aquelas pessoas do norte e do sul da Europa fizeram com que não me lembrasse nem de mim nem dos outros. A inteligência serve apenas para contar umas piadas, pouco mais. Que velocidade! Não há momento para respirar no jogo das cadeiras. Se sim, outros passam-nos à frente e depois é um vesso de avias. Que mentiras se contam da boca para fora, que piada inofensiva, que inofensivo fumar de erva. Nada nos pára porque estamos aqui e isto é só uma experiência. Quero subir mais degraus. Ainda não estou satisfeito. O tempo de Erasmus é mais apressado que o outro tempo. Não há espaço para posturas correctas. A nossa imagem no dia de hoje é a imagem que fica para todo o sempre e nada mais. Porque, realmente, nada mais interessa. Está presente em todas as conversas que tudo isto é efémero. Este tempo só serve para nos esquecermos que o tempo existe. Mas a sua evidência não me larga. A angústia do tempo estar a passar é demasiado grande quando se percebe que isto é O sonho. E não há nada pior do que se sentir impotente dentro dele. Tudo é possível, mas não somos nós que determinamos tudo o que acontece. Há sempre uma dependência em relação ao outro. Por vezes até à miséria do outro. Mas essa miséria parece muito mais saborosa que a minha. É danado demais. Estou feliz e frenético. Hoje. Basta um convite.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Descendo a Avenida...

É bom comemorar o 25 de Abril.

Não só porque estamos a comemorar o dia que permitiu alcançar tantas conquistas, mas também porque, seja na Avenida da Liberdade, seja num dos muitos outros sítios onde se celebra, estamos a manifestarmo-nos por aquelas que têm sido violentadas.

Para o ano vai custar não ter um cravo na mão neste dia.




quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tinha 17 anos na primeira vez em que fui ao cinema sozinho. Era um filme chinês, "Natureza Morta", que contava a história de um homem que andava em contra-relógio à procura da família enquanto ia sendo construída a Barragem das Três Gargantas.
Entrei para a sala entusiasmado mas rapidamente me fui aborrecendo com uma narrativa enfadonha, paisagens desoladas, húmidas, um mundo de homens, de sujidade e de uma cruel modelação da natureza.
Lembro-me de me ter sentido bastante ansioso. Parecia que tinha medo de encontrar alguém e de esse alguém me perguntar o que andava ali a fazer sozinho. A solidão é uma coisa da qual devemos ter vergonha.
O que é facto é que me estava pouco nas tintas para o tal filme chinês. Quando decidira ir sem mais ninguém ao cinema era para ir ver um filme sobre o qual tinha lido no "Y" daquela semana. Pensava que era uma história de amigos em Nova York, mas que esses amigos deviam ter qualquer coisa muito especial, pois o filme era para maiores de dezoito. Pelo que tinha lido no jornal, não me parecia nada de extraordinário mas como devia envolver algumas cenas mais fortes (cinema independente...) tinha vergonha de convidar alguém para vir comigo e depois ficar embaraçado com o conteúdo do filme.
Decidido a vê-lo, lá fui eu na 13 até ao King, num dia qualquer em que não tinha aulas à tarde. No entanto, ao chegar às bilheteiras, fiquei estupidamente com um medo que a senhora me pedisse a identificação e me envergonha-se diante das outras pessoas. 'Faltam-te uns meses, rapaz, esse filme ainda não é para a tua idade'.
Então, olhei para o cartaz e vi que a "Natureza Morta" era mais compatível com a minha faixa etária. Fui só comigo ao cinema, mas não tive coragem para ver o filme que queria.

Vi-o ontem. E acho que fiz bem não o ter visto há dois anos atrás. Não o teria compreendido.

domingo, 19 de abril de 2009

Esta semana...

...dancei com o David ao som das lindas suecas...






... partilhei com a Ana G. a paixão pelo J.P.,



... e regressei à Graça.

Entretanto, que ansiedade de pôr os pés aí é enorme, fica a música que, em algum desses parques, irei ouvir contigo:




So I was the lucky one

Reading letters, not writing them*

*que fique a dica, meu rapaz :)

sábado, 18 de abril de 2009

O sol tem aparecido com frequência e isso significa: passeios na minha Clara!
Eu e a Lily andamos à busca dos parques de Haia e não tem sido nada mau. 'Nós não temos este verde na Península!'
Hoje conheci uma nova Haia. Cheia de bosques, pequenos lagos e flores.
Depois passámos por um bairro onde ficam várias embaixadas e, com o Sol que estava, nem parecia a Holanda. Clima Zen, cerejeiras egípcias e mercearias finas.




No meio de um dos parques, encontrámos um bunker nazi!

A tarde foi passada na relva, com um livro e o resultado foi uma cara um pouco mais coradinha!
Hoje à noite haverá tortilla espanhola!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Não houve tempo para reflexões bloguísticas porque não houve Erasmus nas últimas duas semanas. Ou então houve demasiado Erasmus.

No dia 1 chegou a mãe, o pai, a tia e o tio.
Abraços, beijos, 'puxa as calças para cima'. Está tudo igual e na mesma. Bons pequenos-almoços.
Reacção materna ao entrar em Asstraat: 'Ai que este quarto parece uma prisão!', 'tens de limpar isto melhor, Tiago'
'E vais andar de bicicleta, agora à noite?'.

Há quanto tempo não ouvia um: 'Vê lá, tem cuidado!'

'Puxa as calças para cima'

os papás foram levar o menino à escola



No dia em que o pai, a mãe, a tia e o tio se foram embora, chegou o David.

Depois tive a visita da Bárbara, da Sofia, da Marline, da Natália e da Catarina, cinco meninas da FCSH que andávam a fazer um interrail pela Bélgica e Holanda.

No último fim de semana, foi a minha vez de ir com o David conhecer um pouco mais este país. Andámos por Maastricht, Groningen, Utrecht e Amesterdão. Viva o cartão de descontos e as promoções dos caminhos de ferro.

como não podia deixar de ser, festa em Asstraat

Na Terça-feira, quando o David se foi embora, senti-me sózinho.

As visitas não matam saudades, muito pelo contrário.

Queria tocar-vos mais.

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Ontem este um dia de Verão. Um pouco deprimido, olhei para o mapa de Haia e decidi ir conhecer um parque novo que fica logo a seguir à minha casa mas que nunca me tinha dado para lá ir. E...

Descobri isto: um lago enorme onde se pode mergulhar, um jardim com garças, um palácio... O local perfeito... e no meu bairro! O guetto mudou de ar!

Tinha combinado ir à praia com a Lily . Mas este segredo era bom demais para guardar só para mim! Acabei por partilhá-lo...

depressão pós-visitas


E desculpem a paneleirice... mas este é o canal mesmo à frente de minha casa. A Holanda é mais bonita com flores! Venham rápido ver isto!!!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Xiii, ca-burra!

AnPossible vai à Graça. Às duas da manhã sai do carro, que entretanto deixa mal estacionado.

Lá para as três e meia, a meio da noite, tenta entrar dentro do carro. uppppssss...! não consegue! Porquê? Porque se havia esquecido da chave do carro DENTRO DELE, e trancado-o (sim, isto é possível nos carros velhinhos). Depois de um momento de pânico, AnPossible mete-se num táxi, desabafa sobre a sua grandessíssima estupidez com o taxista, e vai buscar a chave suplente a casa da avó. Entretanto são quatro da manhã, e AnPossible acorda a sua avózinha com três valentes toques na campainha, que, com um ar confuso e assustado, lhe dá a chave suplente. Volto a entrar no táxi, faço o caminho de regresso à Graça, entro no carro, e regresso novamente.

QUE ESTÚPIDA!

quarta-feira, 8 de abril de 2009




I've got a friend who I've known since I was seven
We use to talk on the phone, if we have time, if it's the right time

Accompany me by the kitchen sink
We talk about love, we talk about dishwasher tablets, illness
And we dream about heaven


Fever Ray - Seven
ps: desculpem o "vídeo" - que não é vídeo nenhum,
mas uma imagem parada, mas isto de não saber como
se colocam músicas num blog, é tramado!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

some little news...

bom...
eu que (assim na mais pura das sinceridades) não tenho andado propriamente assídua aqui ao nosso amigo blog, vim por fim fazer-lhe uma visita e deparei-me com inúmeras anas e tiagos a relatar vidas e pensamentos. Apesar de ser mais apologista de uma bela conversa pelo skype (com ou sem interferências, morangos ou tangerinas da carrasqueira) vou ver se começo a passar por aqui mais vezes, tanto para enviar um pouco do meu Portugal para a Holanda como para receber um pouco da Holanda no meu Portugal.
Acho que assim muuuuuito sinteticamente tenho 3 novidades para contar.

1. Estou a fazer um curso de desenho do corpo humano na baixa (sim, com nús e tal, mandem lá a piada da taradice)
Como sabem, já desde há algum tempo que eu andava a precisar de uma pinguinha artística que compensasse a minha "vida científica". Do interesse à procura, da procura à escolha, da escolha à inscrição... e agora lá ando eu pelo chiado no nextart todas as 5ªs das 19h30 as 22h desde Março até Junho. Um engenheiro civil, um arquitecto, uma economista, um tradutor inglês, uma estudante de design, um funcionário público, dois modelos... Ana, está bem que tu fazes trabalhos com brazucas e chineses mas olha que eu a nível de grupos diversificados também não fico muito atrás. Sou a caçula do grupo (para variar um bocado) e a professora, Isabel, antes de ir dar aulas para o nextart esteve 4 anos num retiro budista em França. Costumamos desenhar a Priscilla (uma brasileira que para além de ser a nossa modelo, também vai fazendo o curso) e fazemos imensos exercícios de técnica e percepção. O facto de a Isabel ter estado em meditação antes do curso é interessantíssimo porque muitas vezes, antes de desenharmos a modelo ou um outro corpo, temos que nos imaginar a nós próprios naquela posição, sentir e propriocepcionar o nosso corpo e todos os seus limites, volumes, membros, curvas e pesos. Por vezes chega a parecer uma sessão de relaxação de psicomotricidade do meu pai! Estou a gostar imenso do curso e nem imaginam o quão bem me sabe aquele bocadinho artístico e aquela visita à bela baixa pombalina uma vez por semana.

2. Estive a semana passada em Pas de La Casa, Andorra na viagem de finalistas
Apesar de toda a gente achar que as viagens de finalistas do secundário são só andar por aí com pessoas esquisitas em lugares estranhos a fazer coisas duvidosas, tenho a dizer que gostei imenso desta viagem. Apesar das 15 horas de autocarro, dos nevões constantes e de ter passado mais frio que o Tiago nas suas Holandas, ainda fizemos 5 dias de esqui e conheci pessoas impecáveis lá da escola que nem fazia ideia que existiam. Desci pretas no meio do nevoeiro cerrado, fiz saltos e 360ºs e andei perdida com outros gandulos no meio da montanha mas foi um espectáculo. Quando assisto às ondas gigantescas a rebentar na praia, a trovoadas barulhentas ou a furacões que arrastam tudo consigo, sinto-me minúscula face à enormidade e força da natureza. Foi também o que eu senti quando me vi no meio daquelas montanhas grandes e majestosas! Não é um sentimento de medo, mas sim de respeito e admiração. Valeu mesmo a pena.

3. Exame de código para a semana!!!
Aiaiai... esta novidade já não sei se é boa ou má. Apesar de ter planeado começar a estudar o código nas 30 horas de viagem de autocarro de ida e volta para Andorra, aqui a anusca esqueceu-se do livro, pelo que comecei a estudar ontem. Vamos lá a ver se nesta semanita o meu cérebro consegue travar amizades com aquelas 300 belas páginas. É bom que sim.
Talvez seja um passo à frente para te ir buscar ao aeroporto...

Novidades há muitas, mas agora de repente foram estas que quiseram ir passear até à Holanda, Algés, Carnaxides, Lisboas e arredores.

Adios chicos guapos
Besos
Ana

domingo, 5 de abril de 2009

Quem disse que a partir de certa idade as pessoas não mudavam?

É mentira, garanto-vos.

D. Mariana, i.e., minha avó, durante 75 anos e meio nunca tinha pegado num animal ao colo. Nascida e criada no Alentejo, foi preciso chegar até a Outubro último para se arriscar a pegar num bicho ao colo. O Pessoa foi o feliz contemplado.

Nos últimos meses todos os que a conhecem andam abismados com o facto de ela ter "adoptado"o Pessoa como um terceiro neto (notem que: o Pessoa tem mais refeições por dia do que eu e come melhor do que eu, enquanto lá está). Tudo bem: o Pessoa é pequenino e é do conhecimento geral que é difícil resistir-lhe.
Mas quando uma mulher, com as características que enunciei supra, se depara com um cachorrão enorme, que não conhece de lado algum, nem o respectivo dono, e lhe começa a fazer festas e a gabar o "pêlo brilhante", é coisa para dizermos: "what the f$%/ ?"

A história não é interessante, de facto. Mas não deixa de ser uma prova de como as pessoas mudam.

domingo, 29 de março de 2009

Obrigada, Diogo*

Não partilho nada, quando dizes que este não é um espaço de partilha de música. Se tantas vezes é aquilo que ajuda a ditar o nosso estado de espírito, e outras tantas é o seu reflexo, porque não partilhá-lo?

Além do mais, elas são tão giras...




* Obrigada Diogo, não pela caixa de camarão-tigre,
mas pela partilha. Dia 16 no Santiago Alquimista.
O Korzo ganhou nome. Deixou de ser aquele lugar novo que descobri por acaso. Passou a ser O lugar.
A ideia de ir para um país novo sem conhecer ninguém por lá, fazia-me pensar que ia ter muito tempo para mim e para as minhas deambulações solitárias. Tempo para pôr a cabeça em ordem, ler e discutir comigo mesmo o que ando a fazer por aqui. Mas a verdade é que nada disso aconteceu. Quando se vive com mais quatro rapazes, num prédio de estudantes é impossível estar muito tempo sozinho e é impossível parar. Faculdade, passeios, festas ou cafés. Há sempre algum plano.
No entanto, Sexta-feira não queria fazer só aquilo que já passou a ser uma rotina: ir à pré-festa e à festa e depois deprimir no dia a seguir com os trabalhos todos para entregar.
Então fui sozinho ao Korzo.
Sexta fez exactamente dois meses que cheguei à Holanda e foi a primeira vez que fiz alguma coisa sozinho. E soube-me muito, muito bem. Tanto que me deu tempo para pensar em vocês. Vi um dos espectáculos mais fortes de sempre. Senti qualquer coisa.
Depois voltei a Asstraat, fui à pré-festa e à festa. E no Sábado não me senti mal com o trabalho.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Quem disse que em Erasmus não se trabalhava?

terça-feira, 24 de março de 2009

Hoje o meu entusiasmo (para além do estudo de econometria, cujo teste é amanhã), passa por aqui:


Caros amigos, amigas, familiares e seres sobrenaturais que lêem este blog: ontem tive o meu pior e mais infeliz dia neste meu Erasmus. Amanheceu escuro e nublado. Fui para a faculdade sem tomar banho e sem fazer a barba há três dias. Vestia uma camisa do meu pai aos quadrados azuis e um casaco verde-tropa, com as calças e os ténis do costume. Sentia-se sujo e feio. Entrei sem vontade na pior cadeira do trimestre: Marketing. A professora chinoca que tanto me agradou nos primeiros dias, revelou-se nas,últimas semanas, a maior bitch de sempre. Chumbámos no primeiro trabalho com 4,5. Precisávamos de 5 para passar. Vamos ter que reescrever aquela treta pró-capitalista toda de novo + outro projecto + uma apresentação estilo Pecha Kucha. (Se estão pensar que m***da é essa, não se preocupem) Apresentação estilo PECHA KUCHA???? É nestas alturas que adoro ser português e dizer todos os palavrões sem ninguém me perceber.

Hoje sinto-me melhor, avançámos no projecto e acordei com sol. (Omito o facto de ter chuvido a tarde toda).
Mas não quero estranhar a bonita imagem de Haia que ando a tentar transmitir... portanto presenteio-vos com o mais recente vídeo dos Coldplay inteiramente filmado na Haia. Podem ver os nossos eléctricos, o palácio da rainha, o palácio da paz, a igreja medieval e a praia onde vou todos os fins-de-semana... (Mas... "Garota rock inglês eu não combino com você / Eu não leio Byron, nem escuto coldplay..." lalala com sotaque brasileiro)



Sim... é infeliz... mas ás vezes é mesmo assim... (não sei se esta é a melhor forma de promover o turismo de Haia, mas... fiz a minha tentativa... espero por vocês para fazermos os percurso do Chris Martin...) (RRRRRRRRRRR) (bimbalhada)

domingo, 22 de março de 2009

Pós-21 de Março: o alívio

O Almoço dos Amigos dos Pioneiros foi ontem.
Passou-me um bocado ao lado, e nem sequer sei dizer se correu bem. Há rumores que dizem que sim.

Foi uma manhã agitada, em que se andou de um lado para o outro a tratar do vinho, das flores, das mesas, da decoração, da intervenção, da banca, da loiça e dos talheres, da exposição, da limpeza, da isto e d'aquilo. Mas sempre com boa-disposição.

Quando disse ao Rui que o Almoço me tinha passado ao lado (sendo que isto é em sentido figurado, porque eu estive efectivamente no almoço o tempo todo), ele disse-me: "É normal. É como a Festa!. Também não a fazemos para nós, mas para os outros". Sem falsas pretensões de "ai que somos todos tão bonzinhos", isto é mesmo verdade. Sabermos que, depois do trabalho, do esforço e do "sacrifício pessoal", o resultado foi apreciado, e que tocámos toda aquela gente, que há quase 30 anos não tinha contacto algum com os Pioneiros, é a melhor sensação que há. Compensa.

Rapaz de Haia, quantas vezes me perguntaste "Porquê?"... Acho que é por isto, ainda que esta satisfação só venha depois, e que nos entremeios sinta mais o peso da responsabilidade do que outra coisa.
A intervenção correu bem. Estava nervosa, e com pouca vontade de pegar no microfone ("Mas já Jorge?"," Já vou, Jorge...", "Mas é para ir já já?"). Gaguejei, troquei-me um bocado, devo ter dado inúmeras caneladas à Língua Portuguesa, mas acho que correu bem. A D. Mariana ficou, obviamente, a chorar. :)

Depois cantou-se a música dos Pioneiros. Nessa altura foi a minha vez de chorar. 100 pessoas a olhar para a letra projectada na parede, a cantarem a canção em uníssono, a baterem palmas e algumas a dançarem... que bónito! (a Ana Gusmão nesta altura está a dizer: uuuuiiii que paniiiisssgass!).

Depois do almoço, é hora de arrumar e de limpar, e de reunião na casa do Pioneiro (sempre a bboommbar, qu'isto não pára). A seguir fomos ver A Mãe, à Culturgest. Eu sou uma vergonha intelectual. Aquilo era tão bom, tão bem feito, e uma adaptação de um dos meus livros preferidos, e eu (shame on me, shame on me), ADORMECI! Estava tão cansada, e a debater-me com o sono, que ora ia adormecendo ora ia acordando... Tenho vontade de ir lá outra vez hoje, para ver tudo do princípio ao fim!

Estou ansiosa por ir aí.

sábado, 21 de março de 2009

Lição de filosofia barata: "Basta procurar e todos os dias encontrará algo novo".
Tudo começou com um flyer que apanhei na biblioteca. Korzo5Hoog. É um centro de arte moderna. Melhor, um centro de performance, dança, teatro. Então hoje, pus a minha camisa aos quadrados e convenci a Joana e a Iro a virem comigo ver qualquer coisa. "Everybody Happy". Cheguei à pouco. O espaço fica perdido no meio da zona industrial de Haia, apenas a 5 minutos de bicicleta de minha casa. Entra-se no complexo, anda-se 100 metros, vira-se à direita e, onde pensava só haver fábricas, os néons apresentavam: Korzo Theater. A sala fica no 5 andar. O barulho do elevador combina com o ambiente industrial. Antes da peça, tivemos tempo para conhecer o bar que tem uma das melhores vistas sobre a aldeia.

A peça era sobre "felicidade", ou melhor, sobre sorrisos forçados. Felizmente, só disseram três frases e uma delas a Iro conseguiu traduzir: "Como estás?" (Hummm... fez-me lembrar alguma coisa...) Fiz também um sorriso, mas o meu foi sem esforço.

------------- Dado o momento, apesar de não querer tornar isto um blog de partilha de música,é verdade, os sons têm caras, e há músicas que nos ligam, e isso também faz parte da ponte, e quando ouvi esta música lembrei-me da Ana, e quando vi o clip, era totalmente a Ana... Ou pelo menos a minha interpretação dela. Então não resisto -----------------

Feliz ano novo!

Acordei tarde mas com um bonito sol a entrar pelas minhas três janelas! Tomei um banho longo para afastar a possibilidade de ressaca e o Kosmas convidou-me para me juntar a ele e ao Linus num café em Grote Market.
No caminho, encontrámos a Iro sem ter combinado nada.
É bom andar na rua e já ter os vizinhos e conhecidos a quem dizer 'Bom dia. Vivo numa aldeia!
Apanhámos duas horas de sol. E isso é especial e a empregada de mesa era ruiva.

Depois fui trabalhar para a biblioteca até às oito da noite. Quando saí, o termómetro marcava 6º. Mesmo assim, não queria ir para casa. Então, peguei na minha bicicleta, e fui passear. Até àquele momento, o meu limite era a Station Centraal. Haia começava na ali e acabava ao pé do mar. Mas hoje estava com esperança de descobrir alguma coisa nova e especial...
Pedalei por quase uma hora num bairro novo. E não teve interesse nenhum. Uns quantos restaurantes engraçados e apenas casas, casas, ruas paralelas e perpendiculares, casas... Fiquei desapontado. Queria mesmo chegar à minha e dizer aos outros que andávamos a perder o melhor de Haia. Que tinha descoberto alguma coisa fantástica naquela zona. Mas não. Só apanhei frio.

Regressei a território conhecido. Apesar de desapontado, ainda não me apetecia voltar. Resolvi passear pelas ruas do centro da cidade até me dar a fome. Se ainda há umas horas estava tudo cheio de gente a aproveitar o sol, naquele momento, não havia ninguém a andar a pé. Só os restaurantes mantinham o mesmo espírito. E eu só queria ter alguém para ir a algum deles. Não fosse tão tarde para fazer convites... (Ou não estivesses tu em Lisboa...) e hoje ia comer fora. Apetecia-me sentar, olhar para a ementa, um restaurante italiano, demorar a decidir, pedir um qualquer tipo de pasta, esperar pela comida, beber vinho tinto, estar com mais alguém... Mas hoje só tive direito a ver os outros fazer isso tudo. Parava à porta de alguns para ver o ambiente... e nunca entrava.

Depois aconteceu. A fome começava a apertar e estava finalmente decidido a voltar para casa. Mas comecei a ouvir o som de uns tambores, e vozes de muita gente. Parecia uma manifestação. Pedalei no sentido do som que ia aumentando de volume. E já não eram só tambores, uma espécie de flauta também se fazia ouvir. Encantadores de serpentes?
Duas ruas à frente há uma praça que se chama Rond de Grote Kerk cuja tradução literal é à volta da grande igreja. Hoje, havia, nessa praça, uma fogueira acesa por um grupo de umas 100 ou 200 pessoas. Não era uma multidão mas tinha força para isso. Dez homens dançavam ao som do tambor, que afinal era só um, e da flauta, que também era só uma. De braços dados, dançavam em conjunto. De vez em quando, um deles vinha à frente e seguia o ritmo sozinho. Sentia-me nas arábias. Perguntei a um rapaz, ao meu lado, o que se passava. Era o ano novo dos curdos. - Aquelas são bandeiras do Curdistão. Festa curda na minha aldeia, mesmo em frente à igreja católica. Fiz-me convidado! Por algum tempo, encostei-me à fogueira, senti-me feliz com eles, aplaudi. Soubesse eu como dançar, e ter-me-ia juntado à dança. Já não estava sozinho. Hoje é o dia de novo ano. Mas não quero pedir qualquer desejo, nem faço anos!

sexta-feira, 20 de março de 2009

20 e 21 de Março de 2009

Começou assim:

Esta foi a dinner party e depois houve a pre-party em Risky whisky para comemorar os anos do Stef, um rapaz belga, e depois uma outra ida ao paard van troje até a música acabar e depois pizza de cogumelos e depois meia hora a andar até casa e depois já era dia outra vez.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Há dias em que tenho surpresas para ti...

Voo TP0662
Lisboa-Amesterdão
29 de Abril
Lisboa: 19h20
Amesterdão: 23h15

Voo TP0661
Amesterdão-Lisboa
4 de Maio
Amesterdão:19h00
Lisboa: 21h00

Já o tenho! :)

terça-feira, 17 de março de 2009



I'm far gone but your long distance call
And your capital letters keep me asking for more

segunda-feira, 16 de março de 2009

Esse parvalhão do Taborda disse que tinhamos perdido o jogo (e agora voltaram a perder, que fixe!), mas na realidade queria dizer "oh minha gente, que vocês são tão giros e interessantes, e eu tenho tantas saudades vossas que estou aqui-que-não-me-aguento. Além disso a Ana ameaçou-me com um pontapé na pilinha se não nos víssemos na semana passada, e como não isso não aconteceu mesmo, estou com medo". Mais vírgula menos vírgula, era o que o Taborda queria dizer com "perderam o jogo". Sei-o porque já o conheço há muitos anos, e portanto ele é um livro aberto para mim.

Como estás tu Índio?

Previsão para 2ª Feira, 16 de Março de 2009
Céu geralmente limpo, apresentando-se temporariamente muito nubladopor nuvens altas na região Sul.
Vento em geral fraco (inferior a 20 km/h) predominando de leste,temporariamente de noroeste na faixa costeira ocidental.
No Algarve, vento moderado a forte (25 a 45 km/h), com rajadasda ordem dos 70 km/h no final do dia.
Pequena subida da temperatura máxima.

ESTADO DO MAR
Costa Ocidental:Ondas de noroeste com 1 a 1,5 m.
Temperatura da água do mar: 14/15ºC
Costa Sul:Ondas de sueste com 1,5 m, aumentando para 2 a 2,5 m.
Temperatura da água do mar: 16ºC

TEMPERATURAS MÁXIMAS PREVISTAS:
PORTO - 26ºC
LISBOA - 27ºC
FARO - 21ºC

Faz calor em Lisboa.

Mas não temos pre-party, party e pos-party. Por cá é mais do tipo... copos de tinto com pipocas e doritos e conversê no Loucos e Sonhadores com o David, sendo que substituimos a bicicleta pelo 201 no processo de regresso a casa. Ou então fins-de-semana de alto marranço com a Maryanne ou no café de Algés, ou à beira-mar na Torre.

Entretanto falta menos de uma semana para o Almoço dos Amigos dos Pioneiros, já estamos perto das 60 pessoas, e ando um bocado... em pânico com a perspectiva de ter de fazer a intervenção no almoço. Nunca escrevi nenhuma, nem a fiz, com a agravante que são poucas as pessoas que me conhecem (bbbaaahh....wish me luck, my friend).

Com saudades.

domingo, 15 de março de 2009

...

PERDERAM O JOGO!!!!!!
Tenho a impressão de andar a viver com uma banda sonora. As ruas não são apenas isso. Parece que o olhar das pessoas me é dirigido. E elas sorriem. Às vezes, por entendimento, outras vezes por compaixão. Começo a ganhar a minha rotina. O estudo, os passeios, o café e as festas. Já me acontece ir sozinho ao centro de Haia e dizer 'Olá a duas ou três pessoas. A sensação de estrangeiro já não é tão intensa. Tenho o cartão de descontos do Albert Heijn e faço compras no Super de Boer. Reconheço "o meu café" com esplanada e fonte para os dias sol. E ontem, acho que encontrei "o meu bar".
Estava com o resto dos Erasmus no café do Paard van Troije quando era suposto mudarmo-nos para o Havana, que é uma das maiores discotecas em Haia, com Salsa às segundas-feiras e tralha sonora no resto dos dias...
- Não. O meu espírito estava muito longe de qualquer ambiente com demasiada gente arranjada. Tenho saudades da sujidade, do calor e dos graffitis do Bairro Alto.
Sugeri ao Panos e à Lily irmos descobrir alguma coisa nova.
Íamos, então, em direcção do Peace Palace quando vimos dois saxofones e dois rapazes a tocá-los na montra de um café. Entrámos. Smokers. Uma empregada de cinquenta anos e cabelo laranja que não falava muito bem inglês. Três copos de vinho. Acabou o jazz dos dois rapazes e começou a tocar música francesa... E -Sim, continuo na terra dos clichés! Parecia Paris de novo... e de novo conversas surrealistas. É bom regressar a casa de bicicleta, o vento garante que tudo aquilo foi real. Não sabia que Haia tinha coisas daquelas... Gosto.

sábado, 14 de março de 2009

[Antes de ontem, tivemos direito a pre-party (como já era de esperar interrompida pela simpática presença da polícia holandesa), a party (electro-nice até o paard van troije fechar)e a pos-party (inesperada e sem muito sentido, na casa de um belga, com direito a parlapier surrealista até o sol aparecer para nos mandar pa cama).
Ontem fiquei-me só pela pre-party e por metade de um filme-propaganda-pró-neo-conservadorismo, na sessão da meia-noite, da belíssima sala de cinema que é o meu quarto. RESULTADO: Hoje tenho de estudar as relações EUA-URSS e a sua influência no processo de Integração Europeia. Belissimo!]

Há uma música que me faz lembrar os saguins. Acho que tem um bocadinho de nós todos e não me canso de a ouvir:



O vídeo não está completo... faltam perto de dois minutos... será isso uma metáfora romântica para a nossa cruel separação??? ehehe Viva o sentimentalismo, meus putos!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pergunto-me até que ponto é importante celebrar datas. Se o sentimento está lá, de que serve o dia?
Mas é interessante pensar em nós há cinco anos atrás. Quanto mudou? Quantas expectativas ficaram por terra e quantas novas se criaram? Quantas vezes mudámos nós de campo, alterámo-nos, experienciámos outras formas de olhar para aquilo que alguns chamam vida? Sinto-me a correr à noite, com todo o medo e todo o fascínio que isso implica. As luzes viajam na direcção oposta à minha, subo a colina, olho para trás e vejo a mancha negra da foz. Os barcos e a ponte são pequenos focos. Tenho o cheiro do vento, a pele eriçada pelo frio e pelos nervos, água na boca, desejo. Encontro-me mais próximo ou mais afastado de ti? E de mim?
O que significa este dia? Ele não marca nem o início nem o fim de coisa nenhuma... Talvez o tenhamos só para preencher uma necessidade humana: o reconhecimento. Hoje, ontem, amanhã. Tudo tem um nome e uma explicação. O mundo de hoje é apenas um catálogo. Não quero escolher a peça errada. Não quero simulacro vida, quero arte. Se te tenho ao pé de mim, não é só para consolo de mim mesmo. É para viver contigo e te ver mudar e cortar o cabelo.
É na ausência que se dá valor ao Fado. Palavra. Hoje acordei cedo com o técnico de campainhas a bater-me à porta, olhei para o dia, estava sol outra vez! Pus o meu equipamento e fui à procura de um parque novo. Quando ouvi o Fado, vieram-me duas lágrimas aos olhos. Assumi que era do vento.
Na vida não há experiência, há vida. Não quero continuar a perpetuar a ideia de que é só para ver como é. Enquanto vejo, sou. Sou um cidadão da Haia. Apanhei o eléctrico 17 debaixo de um grau negativo, dirigi-me ao serviço de imigração da câmara e agora eles têm os meus registos. Burocraticamente, sou daqui. Mas percebo cada vez melhor o que é ser daí. Hei-de voltar, como os outros emigrantes, no "meu querido mês de Agosto". E nós? O que somos na ausência física e na pouca qualidade do teu microfone quando falamos no skype? A liberdade de estar longe faz-nos estar ainda mais próximos daquilo que nos prendia. A cultura, a amizade e o café. Hoje, com sol, sentei-me "na minha esplanada", bebi um café longo, abri o meu livro... fiz por construir o meu próprio cliché. Sozinho, contente por apreciar o momento. Mas, no fundo de mim, pensava em ti, na tua suave presença, nas perguntas que me farias e, de repente, o meu livro já não fazia sentido. Era a tua presença e o teu olhar de dúvida que eu queria. Por isso é bom estar longe e ter estes momentos. É bom não me esquecer, embora faça por me manter calado. É o meu momento de fuga. Um descanso.
Gosto de ti.

terça-feira, 10 de março de 2009

Amanhã é dia 11 de Março!

(vê lá se a data te diz alguma coisa!)

Hoje o dia foi péssimo! Só telefonemas e pequenos problemas, e soluções a encontrar.
Foi um dia chato e que me deixou chateada.

Depois fui correr. E foi libertador!
As pernas não queriam parar, e corriam com mais velocidade do que o costume. Efeitos ou da lua cheia, ou da chegada da Primavera às 7 Colinas, que faz as pessoas mais bonitas. (Desculpa meter-te inveja, mas hoje, às 8 da noite, corri de t-shirt.)

Há dois meses que não me sentia tão bem.

"boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas
a vida é feita de pequenos nadas
...
E o que é certo
é que os que têm quase tudo
devem tudo aos que têm muito pouco
mas fechem bem esses ouvidos
que o melhor ainda é ser mouco
isto diz paternalmente
quem acha que é ponto assente
que isto nunca vai mudar
e que o melhor é começar a apanhar
umas chapadas
a vida é feita de pequenos nadas "*
*Sérgio Godinho
Quarta-feira aprendi que os brasileiros pensam que strogonoff é uma comida típica do Brasil. Se é ou não, pouco importa, o jantar étnico estava uma pequena maravilha, a fazer lembrar as noites de Santos se substituíssemos a bela música do Vacas por samba, pauliteiros e danças gregas. (Comi 6 brigadeiros sem ficar com borbulhas no outro dia!)

Quinta-feira, como já é costume, a pre-party organizada no centro de Haia, por Erasmus de outra residência, acabou com a polícia à porta a dizer shhhh! É sempre divertido e é uma boa maneira de não corrermos o risco da pré-festa se alongar demasiado e depois não termos direito à festa em si! Fomos ao Paard (cavalo) van (de) Troje (Tróia) (o meu neerlandês está a fazer progressos) que, por sinal, é o melhor estabelecimento de diversão nocturna da "international city of peace and justice". Posso dizer que foi a melhor noite de Erasmus, com a melhor música e a melhor companhia. Como rebuçadinho passaram duas vezes A-punk dos Vampire Weekend que, por coincidência, ando a ouvir em repeat! Estado eléctrico. Apetece-me repetir mais uma vez a palavra "melhor".

Sábado fomos jantar fora a uma espécie de quasi-pronti versão asiática. A Hero disse que ia aparecer com mais uma rapariga e... fiz a minha primeira amiga sul-coreana! Acho que me apaixonei.... nicole, lily, joana, hero, panos e erikos, todos nós fotografados pela nossa sul-coreanarecordação luso-coreanaDomingo andei a aproveitar o sol, na praia, o céu azul e uns agradáveis 7-8 graus! Iniciei o meu estudo em cafés holandeses. O primeiro alvo foi certeiro: um macchiato a dois passos do palácio da rainha. Depois um chá de menta, ao final da tarde, nas esplanadas junto ao parlamento, com uma mexicana, um estudante de medicina belga, a Joana e, como não podia deixar de ser... dois gregos! O sol foi-se embora e começou a maior tempestade desde que cheguei à Holanda, cheguei a casa a pingar. A noite de segunda-feira ficou instituída como aquela em que eu e o Panos vamos sozinhos a Grote Markt para relaxar um pouco depois do primeiro dia de aulas! Como os outros preferem sempre ficar em casa, as esplanadas de segunda à noite estão meio vazias e é perfeito para ficar à conversa com um amigo... desta vez ninguém se sentou ao nosso lado.

Hoje tenho de trabalhar...

terça-feira, 3 de março de 2009

A carta devolvida

A semana passada chegou devolvida a carta que te enviei ainda tu não estavas sequer a pensar em começar a fazer a mala para Haia. Supostamente deveria chegar antes de ti, mas perdeu-se no caminho, e regressou às minhas mãos.

Deixo-a aqui escrita, para já agora tu leres (mesmo que já esteja fora do contexto):

«
Biblioteca de Algés,
(nem sei a que dia vamos, mas consulto o telemóvel, e...)
21 de Janeiro de 2009,
Quarta feira,
e falta menos de uma semana para ires para as Netherlands.

Não era da biblioteca de Algés de onde te queria escrever. Era antes de algum sítio típico de Lisboa, tipo Chapitô (que não é muito típico, mas é bonito), ou Miradouro de Santa Luzia, ou Senhora do Monte, ou de ontro sítio qualquer onde me imaginasses a escrever esta carta, e pudesses sentir o cheiro a Lisboa (em vez do cheiro da biblioteca de Algés).
Quando esta carta te encontrar (e espero que te encontre mesmo, que não chegue antes de ti e por isso venha de regresso às 7 colinas), já tu estarás nesse país que farás de conta que é teu durante os próximos 6 meses.
Nesta altura, imagino que te terás sentido nervoso toda a segunda, que te terás sentido nostálgico por deixares os churrascos do teu pai, as bolachas de chocolate que a tua mãe compra no Jumbo (ou no sábado ou no domingo, já que lá vais quer num dia quer no outro), o plasma do quarto da tua irmã, as discussões entre o teu primo e a tua avó (pois, pois!...).
De segunda para terça mal terás dormido: cá por mim rebolaste na cama durante horas, a pensar que não te podes esquecer de nenhum papel nem do bilhete de avião, a pensar no que irás lá encontrar, e que vais ter de ser tu a lavar as tuas meias e cuecas durante meses.
Na madrugada de terça terás a sensação, ao sair de casa rumo ao aeroporto, que deixaste alguma coisa para trás (aposto que não levaste a tua almofada com uma botija de água quente lá dentro, a que te ofereci pelo Natal!).
Imagino-te agora no avião: ele a subir, a subir, e tu a veres Lisboa cada vez mais pequenina, mais pequenina, mais pequenina, a dizeres adeus enquanto acenas.
E, umas horas depois, a veres haia cada vez maior, cada vez maior, cada vez maior, com um sorriso para lá de grande.
Aí só te esperam coisas boas: gente bonita à farta, cinema, teatro, exposições (mas tudo em holandês, o que é que julgas?!) diferentes todas as semanas, todos os dias, em vários espaços, lugares e becos. Discutirás em inglês o Obama, a globalização, o consumismo, o Ocidente e o Oriente, Portugal, a União Europeia, África, o comunismo, o facto de uma amiga tua ser comunista, o capitalismo, as crises do capitalismo, a ecologia, a reciclagem, o Mundo.
Discutirás em inglês com um holandês, um italiano, um sueco, uma dinamarquesa e a amiga finlandesa, com um japonês, uma muçulmana linda de véu e olhos pintados, um americano anti-América.
Discutirás com todos ao mesmo tempo e um de cada vez, em inglês, arriscando as três palavras em holandês que sabes, e arranhando o teu mau francês para mostrares que sabes falar francês.
Comprarás bolachas de chocolate, das mais baratas que houver (que são caras na mesma), comerás muita lasanha congelada e chegarás mais gordo a Lisboa.
Andarás muito de bicicleta. Conhecerás tudo de bicicleta. E se calhar não chegarás mais gordo a Lisboa.
Chegarás mais feliz.
Mais culto.
Chegarás mais velho, mais maturo.
Chegarás sabendo lavar as tuas meias e cuecas.
Mas sei que chegarás mais tu. Mais parecido contigo próprio.
Sei que encontrarás o que seja que andes à procura, aí nas Terras Planas.

Consigo ser egoísta o suficiente para te dizer que te foste embora na pior altura.
Disseste-me que era bom estar sozinha e não me disseste como se fazia.
Agora que te sentes culpado, digo-te: se calhar é melhor assim. "Olha, Ana, agora estás mesmo por tua conta. Não terás de lavar a tua roupa interior durante 6 meses, mas não tens muletas, elas embarcaram num vôo da Easyjet por 100 euros para o Norte da Europa - agora vira-te!"
E vou virar-me, ora pois!
Assim, cá fica por escrito a intenção de, nos próximos meses, ser presença assídua dos teatros, cinemas e salas de espetáculos desta capital!

è bom ter-te na minha vida.

Entretanto, chega a hora das recomendações:
-Não te percas demasiado
- não te esqueças da carteira não sei aonde
- actualiza o blog
- manda cartas, que eu nunca recebo cartas pelo correio
- come fruta e bebe leite
-modera o alcóol e o tabaco
- fuma português suave
-estuda alguma coisa

Boa sorte.
Um beijo grande, com barulho, e um abraço apertado,
Ana

ps: daqui a uns meses convida-me para ir aí, ok?

»

Bem, aqui está ela.
Acabámos de fazer as nossas leituras e fui com o Panos a Grote Markt. É segunda-feira, não estava muita gente. Sentámo-nos na esplanada por causa dos cigarros. Os 6 graus fizeram com que não tivéssemos companhia lá fora (por algum tempo). As conversas com o Panos vão sempre parar em politiquices, anarquistas, revoluções atenienses, modos de estar e de ser no sul da Europa. Percebo que temos muitas coisas em comum, mas também, diferenças abissais e tento explicar-lhe, sem muito sucesso, o que é fazer parte de um povo de brandos costumes. Temos o Atlântico e é isso que nos faz ser assim. A Walkiria disse-me que comprou, em Bruxelas, um postal que explicava o que é ser europeu através de cartoons... e o português era um homem a olhar para o mar com se lhe estivesse a fazer continência. Somos assim. E isso faz-me ter sentimentos demasiado contraditórios em relação ao meu país. A nossa espera eterna seduz-me de morte: encontro nela um romantismo tão único, tão nosso, tanta canela e pôr-do-sol de mãos dadas a lavrar a terra... Mas depois esse romantismo confunde-se facilmente com perguicites, tretas e a mais enfadonha das banalidades. Precisávamos tanto de um outro abanão... desta vez, um que não fosse físico. Mas não estou disposto a começá-lo. Pelo menos por agora. Não sei onde me situo em relação a mim mesmo, à minha mãe-pátria... Mas percebo cada vez mais que sou daí. Também prefiro ir à procura do que encontrar. Ter é uma enorme chatice... mas viajar (ai, viajar!) é ter o nosso verdadeiro sangue. É ter toda a aventura e bel-prazer sem qualquer espécie de comprometimento, a não ser o comprometimento com a própria viagem. A nossa bravura embrulha uma cobardia que não se consegue esconder. Irrita-me reconhecer em mim tantas características do meu povo. Mas, ao mesmo tempo, conforta-me.
Estávamos a falar sobre teatro e a vinda do David a Haia, a meio de Abril, quando um rapaz de óculos, cabelo loiro pelos ombros, casaco de malha, nos pergunta se se pode sentar na nossa mesa. Olhámos em volta, estavam todas as outras vazias. Mas OK, tudo bem. Ele ficou ao lado do Panos e a mulher que vinha com ele, ao meu lado. No mínimo estranho... Continuámos a nossa conversa, embora um pouco constrangidos por aquela presença tão próxima. Falavam em inglês um com o outro. Como é óbvio tentei perceber qual era o assunto deles, mas era impossível continuar a seguir o que o Panos dizia e ouvir a conversa alheia, ao mesmo tempo.
Ao fim de cinco minutos, aquele despropósito tornou-se insustentável. E o rapaz, com uma enorme naturalidade, pergunta-nos sobre o que estávamos a falar. Ela: 'vá, de um a seis, como avaliam a vossa conversa?' ( -O Quê?)
Acontece todos os dias falarmos com estranhos... mas nunca assim. Repito: todas as outras mesas da esplanada estavam vazias e, de repente, tínhamos uma linda mulher a pedir-nos para avaliar-mos a nossa conversa numa escala de 1 a 6.
Ela tinha uns olhos perfeitamente verdes. E o cabelo escuro. Devia estar nos seus trintas, ele '10 anos mais novo, mas 10 vezes mais sábio'. A conversa que estava a ter com o Panos transforma-se, então, em duas conversas. Eu e ela, a Nicola, e ele e o rapaz, o norueguês. Ela era irlandesa e trabalhava no 'Tribunal Criminal' e ele estudava música no conservatório. Da situação no Terceiro Mundo, ao nosso cinismo de esplanada, terminando com algumas considerações sobre sadomasoquismo, senti que ela mudava de assunto em cada frase. Ele desistiu de falar pouco tempo depois de ter começado. Por azar (ou por sorte) o bar não tardou em fechar. Voltámos a Asstraat de bicicleta, a rir-nos à parva e a perguntar: quem eram aquelas pessoas?

domingo, 1 de março de 2009

Obviamente que é domingo.

Volta a chover do lado de cá da ponte.

(obrigada por teres trocado notícias de Paris por desabafos lamechas)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quando chegámos a Paris e vimos a nossa varanda, no quinto andar do hotel mais barato de Monmartre, soubemos, desde logo, que não era preciso ver mais nada para a viagem ter valido a pena. À nossa frente, a graça massiva de Sacré Coeur. O charme de Paris a escorrer docemente pelos nossos ombros. Começámos a perseguição de todos os clichés, naquele momento. Saímos do hotel, subimos a escadaria de Monmartre, ficámos estarrecidos com a vista. Entrámos na igreja à noite e, depois de uma dose moderada de catolicismo e água benta a humedecer a testa e o peito, fomos à procura de um lugar onde comprar o vinho. Não foi difícil encontrar um bom tinto francês por 1 euro e noventa e cinco. Voltámos para o Hotel, tínhamos uma vista para apreciar. O Linus encarregou-se da música e ficámo-nos por ali, a beber, a conversar, a convencermo-nos que estávamos mesmo em Paris.

Tudo resto é o esperado... Louvre, Pompiduo, Champs Elisée, comprei um casaco, baguette, formage, mais um passeio em Monmartre, um nascer do sol solitário, Moulin Rouge, a campa do Jim Morrison, a beleza e a graça, apeteceu-me ficar por lá, é uma cidade que prende.

Regressei a casa e casa deixou de ser Lisboa: agora é Haia. Acho que a ponte ficou maior de repente. Ontem fez um mês que aqui estou...