a ponte entre as 7 colinas, o reino da Dinamarca, e a terra do baklava
domingo, 26 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Despois acontece como hoje: ter de desmarcar, pedir uma vez mais desculpa, muito envergonhada ("Desculpa David"), e tentar reorganizar o horário mental.
Às vezes sou péssima amiga!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Camus, O Mito de Sísifo
E agora meus amigos? Vou estudar físico-química..?
Apelo
Quando precisarem de comprar um fato, façam-no nas Confecções Maró, que fica na Rua dos Fanqueiros.
As Confecções Maró, por ficarem no 2º andar de um prédio da baixa lisboeta, não devem ter muita clientela. Por isso, um senhor baixinho, com umas calças muito subidas, está todos os dias de mãos atrás das costas, no passeio oposto ao prédio onde fica a loja, para tentar atrair clientes. Ele está lá TODOS os dias, o dia TODO.
domingo, 28 de junho de 2009
O Primeiro fim-de-semana...
quinta-feira, 25 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
Especial(mente) mau
Percorrendo este suplemento especial fico-me logo pelo primeiro título: "Bem-vindo a Bolonha". Neste artigo, bem se tenta realçar as fantásticas vantagens do processo de Bolonha. Mas nem a custo o conseguem fazer: "Num período curto, fez-se a transição de um sistema em que todos os diplomados tinham uma formação base que, nominalmente era de quatro ou cinco anos, para um novo modelo em que os estudantes obtêm um primeiro diploma com três anos de estudos", diz assim António Ferrari, reitor da Universidade de Aveiro. Hmm... portanto vejamos: deixámos de ter uma formação base, mas agora tenho um diploma mais rapidamente... só não faço é grande coisa com ele, porque não tenho formação-base.
"Nos dois primeiros anos quase desapareceram as aulas teóricas", continua. Eu cá penso no meu curso e... lembro-me que reduziram o número de aulas práticas de cada cadeira!
Confesso que este artigo não me deixou particularmente entusiasmada com Bolonha...
O segundo artigo que prende minha atenção tem como título "Soluções financeiras - não deixe de estudar por falta de meios para pagar o seu curso. Todas as instituições bancárias têm soluções para o ajudar a estudar. Saiba como"
Portanto, a Visão ensina-nos como, com 18 anos e o 12º ano, contrairmos uma dívida de mais de 3 000 euros (mais, bem mais, que aqui só incluo o valor das propinas) a uma entidade privada! Diz assim:
"Comece por fazer contas para definir todos os custos que vai ter durante os anos em que vai tirar o seu curso. Depois corra aos balcões dos bancos, alguns deles instalados nas próprias Universidades".
Errr... Que bom que é ter um balcão de um banco na minha Universidade, local onde estudo, onde aposto na minha formação enquanto pessoa e membro da sociedade. Na FCSH até já tenho de entrar num balcão do Santander para conseguir entrar na faculdade! Óptima forma de o Governo se desresponsabilizar dos encargos com a educação superior - reencaminhando-nos todos para instituições bancárias (e a correr, ainda por cima!).
As duas páginas seguintes apenas contêm os planos financeiros que CGD, BCP, Totta, BPI, etc, nos têm para oferecer. Tudo em nome de uma educação de qualidade, e para que todos a ela possam aceder, pois claro!
Isto há com cada coisa....!
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Que belo começo de dia!
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Novidade do "i" (impressionantemente mau, imprestável, infeliz, inconcebível)
Confere precisamente com a descrição que o Martim de Avillez, seu editor, fez há uns meses:
"O "i", nome registado para o título, dirige-se à classe alta, um público que olha para a informação com rigor e exigência".
Outras conclusões sobre este pseudo-diário neste espaço.
Os bonzinhos e os malvados
"Devo ter por certo
os gostos trocados
detesto os bonzinhos
adoro os malvados."
(Era este, não era?)
terça-feira, 16 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
Pessoa, Pessoa, Pessoa
Orgulhosamente
Transcrevo:
sábado, 13 de junho de 2009
Aldeído fosfoglicérico
É um daqueles fenómenos que acontecem quando se quer empinar 4 livros de biologia em 4 dias..
E viva os exames!
quinta-feira, 11 de junho de 2009
A rapidez com que os meses têm passado desde Janeiro é assustadora, e sei que os que faltam até próximo Janeiro também vão passar a correr.
Aí é que verei como é estar sozinha!
Sim, eu sei que isto te lembra que estás a regressar, mas como vês já toda a gente anseia por te pôr a vista em cima :)
quarta-feira, 10 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
A quatro dias das Europeias, RTP, SIC e TVI, seguem atentamente todas as acções de campanha de alguns partidos que concorrem ao Parlamento Europeu, bem como os seus comícios e arruadas. Sim, alguns, porque há os que ficam de fora.
Vá, o que eu estou a dizer não é bem verdade. Efectivamente a SIC tem mostrado imagens da Ilda Figueiredo em Almada (aqui com Jerónimo de Sousa), em Algés, na Amadora. Porém, acompanhar a reportagem com comentários do tipo : "Sem nada de novo para dizer, Jerónimo de Sousa recorre ao poeta António Aleixo", ou "o discurso, esse, é sempre o mesmo", ou "as reeinvendicações não trazem nada de novo" (e coloco em aspas porque foi mesmo nestes termos que a SIC se referiu às acções de campanha da CDU, sem tirar nem pôr), não é fazer um jornalismo imparcial.
Parece-me a mim, então, que a SIC anda um bocado aborrecida com o facto de ter de transmitir coisas (mas poucas) da CDU: os seus candidatos não fazem ataques ad-hominem, não centram os seus discursos em casos específicos do BPN ou do Freeport, não dizem coisas escandalosas com direito a vários dias de tempo de antena. Os candidatos CDU "dizem sempre o mesmo" porque as coisas que são realmente importantes - o trabalho, a educação, as pensões - não só continuam com os mesmos problemas, como as suas condições pioram de dia para dia.
Então a SIC resolveu abreviar as coisas, e optou por não transmitir parte alguma dos comícios, passando apenas algumas imagens, e dizendo "o discurso não apresenta nada de novo".
Estas coisas dão-me volta à barriga. Nenhum outro partido tem este tratamento, e nisso queremos estar em pé de igualdade com outros. É injusto. Não é mania da perseguição, coisa nenhuma - é só demasiado óbvio e revoltante aquilo que esta estação televisiva tem andado a fazer. E muito triste, também.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
O meu mais recente vício
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção.
Estou bem :)
quem é que eu hoje vi?
Há 25 anos anda com a mesma fita?
Pista 2:
Não é necessária uma segunda pista, que só há uma pessoa neste Mundo que use a mesma fita há 25 anos.
Lá ia Joana Neto, com a sua fita e os seus óculos escuros (sim, aqueles demasiado grandes para a sua carinha pequenina), vinda provavelmente do CCB, a pé. Infelizmente eu estava dentro do 15 quando a vi passar, portanto não lhe consegui falar.
Mas que regresso momentâneo aos tempos tão bons do "café no intervalo de 20 minutos no Quente&Bom"!
ps: será que ela já foi ao Brasil, como tanto queria?
domingo, 31 de maio de 2009
Entretanto vou fingindo que estudo (olhos no papel, cabeça lá longe - não em Cádiz, diga-se), intercalando a Micro com uns "Pessoa, não roas a borracha" ou "Pessoa não destruas o meu chinelo" ou "Pessoa, não comas o pão do Nuno". Ou então simplesmente a brincar com o Pessoa.
Preciso um bocadinho de ti, Índio.
Naquela cidade o sentido de tempo esbate-se, a ansiedade reduz-se, o passo é lento e todas as montras convidam a algo mais.
No meio do red light district há uma igreja que já pouco usada é para rezar. Acho que há demasiado pecado para fazer valer qualquer oração. Visto que está rodeada de montras com as meninas mais provocadoras do mundo (leia-se , mulheres quarentonas, de cintura larga, barriga proeminente e munidas de chicote) à boa maneira Holandesa, vai de se fazer da igreja um espaço de exposições: porque não?
Até ao final de Julho é possível ver o World Press Photo em território sagrado, pisando antigas sepulturas e surpreendendo-se com monumentalidade do órgão na ala sul da dita.
Depois sentámo-nos no café Crea onde bebi uma bica, a Lily um chá de manga, e ficámos a ver os barquinhos a passar no canal enquanto dizíamos umas quantas futilidades.
A Cantina Vocaal é O espaço que andava a tentar encontrar: uma casa de artes, gerida por uma só família que fez do rés-do-chão do seu prédio uma oportunidade para gente nova mostrar o que anda a fazer.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Ontem...
sábado, 23 de maio de 2009
Hoje, às 15h
sexta-feira, 22 de maio de 2009
viagem interior pela Bélgica
domingo, 17 de maio de 2009
Sombreros
Hoje fui ao ccb ver "Sombreros", um espectáculo de dança de Philippe Decouflé que era realmente espectacular. Fala e dança sobre a história de José Maria e de Maria José (François e Françoise na versão não tuga) e sobre a história das suas sombras. Porque na sua essência "Toda a gente tem uma sombra, toda a gente tem uma gente. O que fazem as nossas sombras assim que viramos as costas? Sombras, para onde vão à noite? Efectivamente, diz-se uma sombra ou um sombra? Ela ou ele? A minha sombra: ela? Ou o meu sombra: ele?". No final da história Maria José e José Maria vão-se casar. Maria José vai levar um vestido branco. Mas aqui surge uma questão... E a sua sombra? Também vai de branco?
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Se fosse a profª S. Alarcão diria: "Tiro no pé" e "ai ai minhas encomendas"
A nota injusta é relativa a uma apresentação de História Económica, que incluiu um sábado inteiro e uma terça até às onze da noite na sala de computadores (nessa noite escrevi um poste precisamente a relatar o facto). Enfim, as notas saíram hoje e o que é certo é que tive exactamente a mesma nota que alguns do meu grupo (a nota não foi atribuída ao grupo, mas a cada um) que não gastaram uma hora sequer do seu sábado, nem do seu sono, naquele maldito ex-convento.
Segundo consta só tive um "Reasonable English".
Hã? Mas não era História Económica?
Sim, era. É. Mas, no fundo, não interessou muito o facto de eu ter ido para lá do texto a analisar, ter feito uma pesquisa a partir do nada, digitalizar tabelas, construir linhas cronológicas, coordenar o trabalho, falar do caso português e compará-lo ao britânico sobre o qual o texto se debruçava, ...
Afinal, tenho um "Reasonable English".
Em compensação, recebi um concelho gratuito, ou "for free": para meu bem, a professora avisou-me que nas empresas era assim mesmo - "chega um com mais jeito para falar, e olhe..." ; "tem de seguir determinado padrão de apresentação, como os seus colegas que tiveram melhores notas".
Percebem agora porque falo tão mal daquilo? É por estas, e por outras tantas e tantas outras.
Tu, que me conheces como ninguém, sabes como foi a minha reacção. Juro que tentei argumentar, mas não consegui começar uma única frase sem que a mulher me interrompesse. Foi digno de estar no youtube ou em série de comédia da Fox Life.
Hoje estou extremamente chateada
segunda-feira, 11 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Queria comprar pão, leite, bolachas, talvez alguma coisa mais para o jantar...
Parei no Coffee & Company. Pedi o melhor galão que alguma vez bebi. (não interessa quanto paguei por ele). O C&C tem três janelas enormes viradas para uma rua estreita. Estava sol em Haia. Passei quase três horas com o galão e com todas as pessoas que passavam. Em frente, há outro café que tem uma esplanada na rua perpendicular. Nesse café trabalham três empregados de mesa e uma empregada de mesa. Dois dos empregados eram carecas, altos e vestiam uma camisa do mesmo tom. Ponderei várias vezes se eram gémeos. O terceiro empregado tinha um ar demasiado frágil, uns olhos muito verdes e uma atitude enjoativa. A empregada usava o cabelo curto, castanho, era esguia e sorridente, mas nunca olhou para mim.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Em Haia...
Depois de uma noite inteira à conversa - primeiro com pastéis de Belém (esmagados e frios) e moscatel, e acompanhados pelo Panos e pela Joana, e depois sem comida nem mais companhia - aqui por Haia toma-se um duche para abrir a pestana, e preparar o corpo para o milhão de pessoas que nos espera em Amesterdão, para onde nos encaminhamos de seguida.
É Queen's Day nas Terras Planas.
ps: Beijinhos e abraços distribuídos!
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Apelo ao fim da consciência social e do dever. Não há miséria agora, nem sentido de tempo, nem as boas notas a filosofia. O meu mundo é regido por este balançar que me faz ter fome. Vou ao supermercado, abasteço-me e depois penso no dinheiro que gasto. Mas hoje não. Hoje aquelas pessoas do norte e do sul da Europa fizeram com que não me lembrasse nem de mim nem dos outros. A inteligência serve apenas para contar umas piadas, pouco mais. Que velocidade! Não há momento para respirar no jogo das cadeiras. Se sim, outros passam-nos à frente e depois é um vesso de avias. Que mentiras se contam da boca para fora, que piada inofensiva, que inofensivo fumar de erva. Nada nos pára porque estamos aqui e isto é só uma experiência. Quero subir mais degraus. Ainda não estou satisfeito. O tempo de Erasmus é mais apressado que o outro tempo. Não há espaço para posturas correctas. A nossa imagem no dia de hoje é a imagem que fica para todo o sempre e nada mais. Porque, realmente, nada mais interessa. Está presente em todas as conversas que tudo isto é efémero. Este tempo só serve para nos esquecermos que o tempo existe. Mas a sua evidência não me larga. A angústia do tempo estar a passar é demasiado grande quando se percebe que isto é O sonho. E não há nada pior do que se sentir impotente dentro dele. Tudo é possível, mas não somos nós que determinamos tudo o que acontece. Há sempre uma dependência em relação ao outro. Por vezes até à miséria do outro. Mas essa miséria parece muito mais saborosa que a minha. É danado demais. Estou feliz e frenético. Hoje. Basta um convite.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Descendo a Avenida...
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Entrei para a sala entusiasmado mas rapidamente me fui aborrecendo com uma narrativa enfadonha, paisagens desoladas, húmidas, um mundo de homens, de sujidade e de uma cruel modelação da natureza.
Lembro-me de me ter sentido bastante ansioso. Parecia que tinha medo de encontrar alguém e de esse alguém me perguntar o que andava ali a fazer sozinho. A solidão é uma coisa da qual devemos ter vergonha.
O que é facto é que me estava pouco nas tintas para o tal filme chinês. Quando decidira ir sem mais ninguém ao cinema era para ir ver um filme sobre o qual tinha lido no "Y" daquela semana. Pensava que era uma história de amigos em Nova York, mas que esses amigos deviam ter qualquer coisa muito especial, pois o filme era para maiores de dezoito. Pelo que tinha lido no jornal, não me parecia nada de extraordinário mas como devia envolver algumas cenas mais fortes (cinema independente...) tinha vergonha de convidar alguém para vir comigo e depois ficar embaraçado com o conteúdo do filme.
Decidido a vê-lo, lá fui eu na 13 até ao King, num dia qualquer em que não tinha aulas à tarde. No entanto, ao chegar às bilheteiras, fiquei estupidamente com um medo que a senhora me pedisse a identificação e me envergonha-se diante das outras pessoas. 'Faltam-te uns meses, rapaz, esse filme ainda não é para a tua idade'.
Então, olhei para o cartaz e vi que a "Natureza Morta" era mais compatível com a minha faixa etária. Fui só comigo ao cinema, mas não tive coragem para ver o filme que queria.
Vi-o ontem. E acho que fiz bem não o ter visto há dois anos atrás. Não o teria compreendido.
domingo, 19 de abril de 2009
Esta semana...
... partilhei com a Ana G. a paixão pelo J.P.,
... e regressei à Graça.
Entretanto, que ansiedade de pôr os pés aí é enorme, fica a música que, em algum desses parques, irei ouvir contigo:
So I was the lucky one
Reading letters, not writing them*
*que fique a dica, meu rapaz :)
sábado, 18 de abril de 2009
A tarde foi passada na relva, com um livro e o resultado foi uma cara um pouco mais coradinha!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
No dia 1 chegou a mãe, o pai, a tia e o tio.
Abraços, beijos, 'puxa as calças para cima'. Está tudo igual e na mesma. Bons pequenos-almoços.
Reacção materna ao entrar em Asstraat: 'Ai que este quarto parece uma prisão!', 'tens de limpar isto melhor, Tiago'
'E vais andar de bicicleta, agora à noite?'.
Há quanto tempo não ouvia um: 'Vê lá, tem cuidado!'
'Puxa as calças para cima'
No dia em que o pai, a mãe, a tia e o tio se foram embora, chegou o David.
Depois tive a visita da Bárbara, da Sofia, da Marline, da Natália e da Catarina, cinco meninas da FCSH que andávam a fazer um interrail pela Bélgica e Holanda.
No último fim de semana, foi a minha vez de ir com o David conhecer um pouco mais este país. Andámos por Maastricht, Groningen, Utrecht e Amesterdão. Viva o cartão de descontos e as promoções dos caminhos de ferro.
Na Terça-feira, quando o David se foi embora, senti-me sózinho.
As visitas não matam saudades, muito pelo contrário.
Queria tocar-vos mais.
.........................................................................................................................................Ontem este um dia de Verão. Um pouco deprimido, olhei para o mapa de Haia e decidi ir conhecer um parque novo que fica logo a seguir à minha casa mas que nunca me tinha dado para lá ir. E...
Descobri isto: um lago enorme onde se pode mergulhar, um jardim com garças, um palácio... O local perfeito... e no meu bairro! O guetto mudou de ar!
Tinha combinado ir à praia com a Lily . Mas este segredo era bom demais para guardar só para mim! Acabei por partilhá-lo...
E desculpem a paneleirice... mas este é o canal mesmo à frente de minha casa. A Holanda é mais bonita com flores! Venham rápido ver isto!!!
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Xiii, ca-burra!
Lá para as três e meia, a meio da noite, tenta entrar dentro do carro. uppppssss...! não consegue! Porquê? Porque se havia esquecido da chave do carro DENTRO DELE, e trancado-o (sim, isto é possível nos carros velhinhos). Depois de um momento de pânico, AnPossible mete-se num táxi, desabafa sobre a sua grandessíssima estupidez com o taxista, e vai buscar a chave suplente a casa da avó. Entretanto são quatro da manhã, e AnPossible acorda a sua avózinha com três valentes toques na campainha, que, com um ar confuso e assustado, lhe dá a chave suplente. Volto a entrar no táxi, faço o caminho de regresso à Graça, entro no carro, e regresso novamente.
QUE ESTÚPIDA!
quarta-feira, 8 de abril de 2009
I've got a friend who I've known since I was seven
We use to talk on the phone, if we have time, if it's the right time
Accompany me by the kitchen sink
We talk about love, we talk about dishwasher tablets, illness
And we dream about heaven
segunda-feira, 6 de abril de 2009
some little news...
eu que (assim na mais pura das sinceridades) não tenho andado propriamente assídua aqui ao nosso amigo blog, vim por fim fazer-lhe uma visita e deparei-me com inúmeras anas e tiagos a relatar vidas e pensamentos. Apesar de ser mais apologista de uma bela conversa pelo skype (com ou sem interferências, morangos ou tangerinas da carrasqueira) vou ver se começo a passar por aqui mais vezes, tanto para enviar um pouco do meu Portugal para a Holanda como para receber um pouco da Holanda no meu Portugal.
Acho que assim muuuuuito sinteticamente tenho 3 novidades para contar.
1. Estou a fazer um curso de desenho do corpo humano na baixa (sim, com nús e tal, mandem lá a piada da taradice)
Como sabem, já desde há algum tempo que eu andava a precisar de uma pinguinha artística que compensasse a minha "vida científica". Do interesse à procura, da procura à escolha, da escolha à inscrição... e agora lá ando eu pelo chiado no nextart todas as 5ªs das 19h30 as 22h desde Março até Junho. Um engenheiro civil, um arquitecto, uma economista, um tradutor inglês, uma estudante de design, um funcionário público, dois modelos... Ana, está bem que tu fazes trabalhos com brazucas e chineses mas olha que eu a nível de grupos diversificados também não fico muito atrás. Sou a caçula do grupo (para variar um bocado) e a professora, Isabel, antes de ir dar aulas para o nextart esteve 4 anos num retiro budista em França. Costumamos desenhar a Priscilla (uma brasileira que para além de ser a nossa modelo, também vai fazendo o curso) e fazemos imensos exercícios de técnica e percepção. O facto de a Isabel ter estado em meditação antes do curso é interessantíssimo porque muitas vezes, antes de desenharmos a modelo ou um outro corpo, temos que nos imaginar a nós próprios naquela posição, sentir e propriocepcionar o nosso corpo e todos os seus limites, volumes, membros, curvas e pesos. Por vezes chega a parecer uma sessão de relaxação de psicomotricidade do meu pai! Estou a gostar imenso do curso e nem imaginam o quão bem me sabe aquele bocadinho artístico e aquela visita à bela baixa pombalina uma vez por semana.
2. Estive a semana passada em Pas de La Casa, Andorra na viagem de finalistas
Apesar de toda a gente achar que as viagens de finalistas do secundário são só andar por aí com pessoas esquisitas em lugares estranhos a fazer coisas duvidosas, tenho a dizer que gostei imenso desta viagem. Apesar das 15 horas de autocarro, dos nevões constantes e de ter passado mais frio que o Tiago nas suas Holandas, ainda fizemos 5 dias de esqui e conheci pessoas impecáveis lá da escola que nem fazia ideia que existiam. Desci pretas no meio do nevoeiro cerrado, fiz saltos e 360ºs e andei perdida com outros gandulos no meio da montanha mas foi um espectáculo. Quando assisto às ondas gigantescas a rebentar na praia, a trovoadas barulhentas ou a furacões que arrastam tudo consigo, sinto-me minúscula face à enormidade e força da natureza. Foi também o que eu senti quando me vi no meio daquelas montanhas grandes e majestosas! Não é um sentimento de medo, mas sim de respeito e admiração. Valeu mesmo a pena.
3. Exame de código para a semana!!!
Aiaiai... esta novidade já não sei se é boa ou má. Apesar de ter planeado começar a estudar o código nas 30 horas de viagem de autocarro de ida e volta para Andorra, aqui a anusca esqueceu-se do livro, pelo que comecei a estudar ontem. Vamos lá a ver se nesta semanita o meu cérebro consegue travar amizades com aquelas 300 belas páginas. É bom que sim.
Talvez seja um passo à frente para te ir buscar ao aeroporto...
Novidades há muitas, mas agora de repente foram estas que quiseram ir passear até à Holanda, Algés, Carnaxides, Lisboas e arredores.
domingo, 5 de abril de 2009
Quem disse que a partir de certa idade as pessoas não mudavam?
D. Mariana, i.e., minha avó, durante 75 anos e meio nunca tinha pegado num animal ao colo. Nascida e criada no Alentejo, foi preciso chegar até a Outubro último para se arriscar a pegar num bicho ao colo. O Pessoa foi o feliz contemplado.
Nos últimos meses todos os que a conhecem andam abismados com o facto de ela ter "adoptado"o Pessoa como um terceiro neto (notem que: o Pessoa tem mais refeições por dia do que eu e come melhor do que eu, enquanto lá está). Tudo bem: o Pessoa é pequenino e é do conhecimento geral que é difícil resistir-lhe.
Mas quando uma mulher, com as características que enunciei supra, se depara com um cachorrão enorme, que não conhece de lado algum, nem o respectivo dono, e lhe começa a fazer festas e a gabar o "pêlo brilhante", é coisa para dizermos: "what the f$%/ ?"
A história não é interessante, de facto. Mas não deixa de ser uma prova de como as pessoas mudam.
domingo, 29 de março de 2009
Obrigada, Diogo*
Além do mais, elas são tão giras...
A ideia de ir para um país novo sem conhecer ninguém por lá, fazia-me pensar que ia ter muito tempo para mim e para as minhas deambulações solitárias. Tempo para pôr a cabeça em ordem, ler e discutir comigo mesmo o que ando a fazer por aqui. Mas a verdade é que nada disso aconteceu. Quando se vive com mais quatro rapazes, num prédio de estudantes é impossível estar muito tempo sozinho e é impossível parar. Faculdade, passeios, festas ou cafés. Há sempre algum plano.
No entanto, Sexta-feira não queria fazer só aquilo que já passou a ser uma rotina: ir à pré-festa e à festa e depois deprimir no dia a seguir com os trabalhos todos para entregar.
Então fui sozinho ao Korzo.
Sexta fez exactamente dois meses que cheguei à Holanda e foi a primeira vez que fiz alguma coisa sozinho. E soube-me muito, muito bem. Tanto que me deu tempo para pensar em vocês. Vi um dos espectáculos mais fortes de sempre. Senti qualquer coisa.
Depois voltei a Asstraat, fui à pré-festa e à festa. E no Sábado não me senti mal com o trabalho.
quinta-feira, 26 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
Hoje sinto-me melhor, avançámos no projecto e acordei com sol. (Omito o facto de ter chuvido a tarde toda).
Mas não quero estranhar a bonita imagem de Haia que ando a tentar transmitir... portanto presenteio-vos com o mais recente vídeo dos Coldplay inteiramente filmado na Haia. Podem ver os nossos eléctricos, o palácio da rainha, o palácio da paz, a igreja medieval e a praia onde vou todos os fins-de-semana... (Mas... "Garota rock inglês eu não combino com você / Eu não leio Byron, nem escuto coldplay..." lalala com sotaque brasileiro)
Sim... é infeliz... mas ás vezes é mesmo assim... (não sei se esta é a melhor forma de promover o turismo de Haia, mas... fiz a minha tentativa... espero por vocês para fazermos os percurso do Chris Martin...) (RRRRRRRRRRR) (bimbalhada)
domingo, 22 de março de 2009
Pós-21 de Março: o alívio
Passou-me um bocado ao lado, e nem sequer sei dizer se correu bem. Há rumores que dizem que sim.
Foi uma manhã agitada, em que se andou de um lado para o outro a tratar do vinho, das flores, das mesas, da decoração, da intervenção, da banca, da loiça e dos talheres, da exposição, da limpeza, da isto e d'aquilo. Mas sempre com boa-disposição.
Quando disse ao Rui que o Almoço me tinha passado ao lado (sendo que isto é em sentido figurado, porque eu estive efectivamente no almoço o tempo todo), ele disse-me: "É normal. É como a Festa!. Também não a fazemos para nós, mas para os outros". Sem falsas pretensões de "ai que somos todos tão bonzinhos", isto é mesmo verdade. Sabermos que, depois do trabalho, do esforço e do "sacrifício pessoal", o resultado foi apreciado, e que tocámos toda aquela gente, que há quase 30 anos não tinha contacto algum com os Pioneiros, é a melhor sensação que há. Compensa.
Rapaz de Haia, quantas vezes me perguntaste "Porquê?"... Acho que é por isto, ainda que esta satisfação só venha depois, e que nos entremeios sinta mais o peso da responsabilidade do que outra coisa.
A intervenção correu bem. Estava nervosa, e com pouca vontade de pegar no microfone ("Mas já Jorge?"," Já vou, Jorge...", "Mas é para ir já já?"). Gaguejei, troquei-me um bocado, devo ter dado inúmeras caneladas à Língua Portuguesa, mas acho que correu bem. A D. Mariana ficou, obviamente, a chorar. :)
Depois cantou-se a música dos Pioneiros. Nessa altura foi a minha vez de chorar. 100 pessoas a olhar para a letra projectada na parede, a cantarem a canção em uníssono, a baterem palmas e algumas a dançarem... que bónito! (a Ana Gusmão nesta altura está a dizer: uuuuiiii que paniiiisssgass!).
Depois do almoço, é hora de arrumar e de limpar, e de reunião na casa do Pioneiro (sempre a bboommbar, qu'isto não pára). A seguir fomos ver A Mãe, à Culturgest. Eu sou uma vergonha intelectual. Aquilo era tão bom, tão bem feito, e uma adaptação de um dos meus livros preferidos, e eu (shame on me, shame on me), ADORMECI! Estava tão cansada, e a debater-me com o sono, que ora ia adormecendo ora ia acordando... Tenho vontade de ir lá outra vez hoje, para ver tudo do princípio ao fim!
Estou ansiosa por ir aí.
sábado, 21 de março de 2009
Tudo começou com um flyer que apanhei na biblioteca. Korzo5Hoog. É um centro de arte moderna. Melhor, um centro de performance, dança, teatro. Então hoje, pus a minha camisa aos quadrados e convenci a Joana e a Iro a virem comigo ver qualquer coisa. "Everybody Happy". Cheguei à pouco. O espaço fica perdido no meio da zona industrial de Haia, apenas a 5 minutos de bicicleta de minha casa. Entra-se no complexo, anda-se 100 metros, vira-se à direita e, onde pensava só haver fábricas, os néons apresentavam: Korzo Theater. A sala fica no 5 andar. O barulho do elevador combina com o ambiente industrial. Antes da peça, tivemos tempo para conhecer o bar que tem uma das melhores vistas sobre a aldeia.
A peça era sobre "felicidade", ou melhor, sobre sorrisos forçados. Felizmente, só disseram três frases e uma delas a Iro conseguiu traduzir: "Como estás?" (Hummm... fez-me lembrar alguma coisa...) Fiz também um sorriso, mas o meu foi sem esforço.
------------- Dado o momento, apesar de não querer tornar isto um blog de partilha de música,é verdade, os sons têm caras, e há músicas que nos ligam, e isso também faz parte da ponte, e quando ouvi esta música lembrei-me da Ana, e quando vi o clip, era totalmente a Ana... Ou pelo menos a minha interpretação dela. Então não resisto -----------------
Feliz ano novo!
No caminho, encontrámos a Iro sem ter combinado nada.
É bom andar na rua e já ter os vizinhos e conhecidos a quem dizer 'Bom dia. Vivo numa aldeia!
Apanhámos duas horas de sol. E isso é especial e a empregada de mesa era ruiva.
Depois fui trabalhar para a biblioteca até às oito da noite. Quando saí, o termómetro marcava 6º. Mesmo assim, não queria ir para casa. Então, peguei na minha bicicleta, e fui passear. Até àquele momento, o meu limite era a Station Centraal. Haia começava na ali e acabava ao pé do mar. Mas hoje estava com esperança de descobrir alguma coisa nova e especial...
Pedalei por quase uma hora num bairro novo. E não teve interesse nenhum. Uns quantos restaurantes engraçados e apenas casas, casas, ruas paralelas e perpendiculares, casas... Fiquei desapontado. Queria mesmo chegar à minha e dizer aos outros que andávamos a perder o melhor de Haia. Que tinha descoberto alguma coisa fantástica naquela zona. Mas não. Só apanhei frio.
Regressei a território conhecido. Apesar de desapontado, ainda não me apetecia voltar. Resolvi passear pelas ruas do centro da cidade até me dar a fome. Se ainda há umas horas estava tudo cheio de gente a aproveitar o sol, naquele momento, não havia ninguém a andar a pé. Só os restaurantes mantinham o mesmo espírito. E eu só queria ter alguém para ir a algum deles. Não fosse tão tarde para fazer convites... (Ou não estivesses tu em Lisboa...) e hoje ia comer fora. Apetecia-me sentar, olhar para a ementa, um restaurante italiano, demorar a decidir, pedir um qualquer tipo de pasta, esperar pela comida, beber vinho tinto, estar com mais alguém... Mas hoje só tive direito a ver os outros fazer isso tudo. Parava à porta de alguns para ver o ambiente... e nunca entrava.
Depois aconteceu. A fome começava a apertar e estava finalmente decidido a voltar para casa. Mas comecei a ouvir o som de uns tambores, e vozes de muita gente. Parecia uma manifestação. Pedalei no sentido do som que ia aumentando de volume. E já não eram só tambores, uma espécie de flauta também se fazia ouvir. Encantadores de serpentes?
Duas ruas à frente há uma praça que se chama Rond de Grote Kerk cuja tradução literal é à volta da grande igreja. Hoje, havia, nessa praça, uma fogueira acesa por um grupo de umas 100 ou 200 pessoas. Não era uma multidão mas tinha força para isso. Dez homens dançavam ao som do tambor, que afinal era só um, e da flauta, que também era só uma. De braços dados, dançavam em conjunto. De vez em quando, um deles vinha à frente e seguia o ritmo sozinho. Sentia-me nas arábias. Perguntei a um rapaz, ao meu lado, o que se passava. Era o ano novo dos curdos. - Aquelas são bandeiras do Curdistão. Festa curda na minha aldeia, mesmo em frente à igreja católica. Fiz-me convidado! Por algum tempo, encostei-me à fogueira, senti-me feliz com eles, aplaudi. Soubesse eu como dançar, e ter-me-ia juntado à dança. Já não estava sozinho. Hoje é o dia de novo ano. Mas não quero pedir qualquer desejo, nem faço anos!
sexta-feira, 20 de março de 2009
20 e 21 de Março de 2009
Esta foi a dinner party e depois houve a pre-party em Risky whisky para comemorar os anos do Stef, um rapaz belga, e depois uma outra ida ao paard van troje até a música acabar e depois pizza de cogumelos e depois meia hora a andar até casa e depois já era dia outra vez.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Há dias em que tenho surpresas para ti...
Lisboa-Amesterdão
29 de Abril
Lisboa: 19h20
Amesterdão: 23h15
Voo TP0661
Amesterdão-Lisboa
4 de Maio
Amesterdão:19h00
Lisboa: 21h00
Já o tenho! :)
terça-feira, 17 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Como estás tu Índio?
Previsão para 2ª Feira, 16 de Março de 2009
Céu geralmente limpo, apresentando-se temporariamente muito nubladopor nuvens altas na região Sul.
Vento em geral fraco (inferior a 20 km/h) predominando de leste,temporariamente de noroeste na faixa costeira ocidental.
No Algarve, vento moderado a forte (25 a 45 km/h), com rajadasda ordem dos 70 km/h no final do dia.
Pequena subida da temperatura máxima.
ESTADO DO MAR
Costa Ocidental:Ondas de noroeste com 1 a 1,5 m.
Temperatura da água do mar: 14/15ºC
Costa Sul:Ondas de sueste com 1,5 m, aumentando para 2 a 2,5 m.
Temperatura da água do mar: 16ºC
TEMPERATURAS MÁXIMAS PREVISTAS:
PORTO - 26ºC
LISBOA - 27ºC
FARO - 21ºC
Faz calor em Lisboa.
Mas não temos pre-party, party e pos-party. Por cá é mais do tipo... copos de tinto com pipocas e doritos e conversê no Loucos e Sonhadores com o David, sendo que substituimos a bicicleta pelo 201 no processo de regresso a casa. Ou então fins-de-semana de alto marranço com a Maryanne ou no café de Algés, ou à beira-mar na Torre.
Entretanto falta menos de uma semana para o Almoço dos Amigos dos Pioneiros, já estamos perto das 60 pessoas, e ando um bocado... em pânico com a perspectiva de ter de fazer a intervenção no almoço. Nunca escrevi nenhuma, nem a fiz, com a agravante que são poucas as pessoas que me conhecem (bbbaaahh....wish me luck, my friend).
Com saudades.
domingo, 15 de março de 2009
Estava com o resto dos Erasmus no café do Paard van Troije quando era suposto mudarmo-nos para o Havana, que é uma das maiores discotecas em Haia, com Salsa às segundas-feiras e tralha sonora no resto dos dias...
- Não. O meu espírito estava muito longe de qualquer ambiente com demasiada gente arranjada. Tenho saudades da sujidade, do calor e dos graffitis do Bairro Alto.
Sugeri ao Panos e à Lily irmos descobrir alguma coisa nova.
Íamos, então, em direcção do Peace Palace quando vimos dois saxofones e dois rapazes a tocá-los na montra de um café. Entrámos. Smokers. Uma empregada de cinquenta anos e cabelo laranja que não falava muito bem inglês. Três copos de vinho. Acabou o jazz dos dois rapazes e começou a tocar música francesa... E -Sim, continuo na terra dos clichés! Parecia Paris de novo... e de novo conversas surrealistas. É bom regressar a casa de bicicleta, o vento garante que tudo aquilo foi real. Não sabia que Haia tinha coisas daquelas... Gosto.
sábado, 14 de março de 2009
Ontem fiquei-me só pela pre-party e por metade de um filme-propaganda-pró-neo-conservadorismo, na sessão da meia-noite, da belíssima sala de cinema que é o meu quarto. RESULTADO: Hoje tenho de estudar as relações EUA-URSS e a sua influência no processo de Integração Europeia. Belissimo!]
Há uma música que me faz lembrar os saguins. Acho que tem um bocadinho de nós todos e não me canso de a ouvir:
O vídeo não está completo... faltam perto de dois minutos... será isso uma metáfora romântica para a nossa cruel separação??? ehehe Viva o sentimentalismo, meus putos!!!
quarta-feira, 11 de março de 2009
Mas é interessante pensar em nós há cinco anos atrás. Quanto mudou? Quantas expectativas ficaram por terra e quantas novas se criaram? Quantas vezes mudámos nós de campo, alterámo-nos, experienciámos outras formas de olhar para aquilo que alguns chamam vida? Sinto-me a correr à noite, com todo o medo e todo o fascínio que isso implica. As luzes viajam na direcção oposta à minha, subo a colina, olho para trás e vejo a mancha negra da foz. Os barcos e a ponte são pequenos focos. Tenho o cheiro do vento, a pele eriçada pelo frio e pelos nervos, água na boca, desejo. Encontro-me mais próximo ou mais afastado de ti? E de mim?
O que significa este dia? Ele não marca nem o início nem o fim de coisa nenhuma... Talvez o tenhamos só para preencher uma necessidade humana: o reconhecimento. Hoje, ontem, amanhã. Tudo tem um nome e uma explicação. O mundo de hoje é apenas um catálogo. Não quero escolher a peça errada. Não quero simulacro vida, quero arte. Se te tenho ao pé de mim, não é só para consolo de mim mesmo. É para viver contigo e te ver mudar e cortar o cabelo.
É na ausência que se dá valor ao Fado. Palavra. Hoje acordei cedo com o técnico de campainhas a bater-me à porta, olhei para o dia, estava sol outra vez! Pus o meu equipamento e fui à procura de um parque novo. Quando ouvi o Fado, vieram-me duas lágrimas aos olhos. Assumi que era do vento.
Na vida não há experiência, há vida. Não quero continuar a perpetuar a ideia de que é só para ver como é. Enquanto vejo, sou. Sou um cidadão da Haia. Apanhei o eléctrico 17 debaixo de um grau negativo, dirigi-me ao serviço de imigração da câmara e agora eles têm os meus registos. Burocraticamente, sou daqui. Mas percebo cada vez melhor o que é ser daí. Hei-de voltar, como os outros emigrantes, no "meu querido mês de Agosto". E nós? O que somos na ausência física e na pouca qualidade do teu microfone quando falamos no skype? A liberdade de estar longe faz-nos estar ainda mais próximos daquilo que nos prendia. A cultura, a amizade e o café. Hoje, com sol, sentei-me "na minha esplanada", bebi um café longo, abri o meu livro... fiz por construir o meu próprio cliché. Sozinho, contente por apreciar o momento. Mas, no fundo de mim, pensava em ti, na tua suave presença, nas perguntas que me farias e, de repente, o meu livro já não fazia sentido. Era a tua presença e o teu olhar de dúvida que eu queria. Por isso é bom estar longe e ter estes momentos. É bom não me esquecer, embora faça por me manter calado. É o meu momento de fuga. Um descanso.
Gosto de ti.
terça-feira, 10 de março de 2009
Amanhã é dia 11 de Março!
Hoje o dia foi péssimo! Só telefonemas e pequenos problemas, e soluções a encontrar.
Foi um dia chato e que me deixou chateada.
Depois fui correr. E foi libertador!
As pernas não queriam parar, e corriam com mais velocidade do que o costume. Efeitos ou da lua cheia, ou da chegada da Primavera às 7 Colinas, que faz as pessoas mais bonitas. (Desculpa meter-te inveja, mas hoje, às 8 da noite, corri de t-shirt.)
Há dois meses que não me sentia tão bem.
Quinta-feira, como já é costume, a pre-party organizada no centro de Haia, por Erasmus de outra residência, acabou com a polícia à porta a dizer shhhh! É sempre divertido e é uma boa maneira de não corrermos o risco da pré-festa se alongar demasiado e depois não termos direito à festa em si! Fomos ao Paard (cavalo) van (de) Troje (Tróia) (o meu neerlandês está a fazer progressos) que, por sinal, é o melhor estabelecimento de diversão nocturna da "international city of peace and justice". Posso dizer que foi a melhor noite de Erasmus, com a melhor música e a melhor companhia. Como rebuçadinho passaram duas vezes A-punk dos Vampire Weekend que, por coincidência, ando a ouvir em repeat! Estado eléctrico. Apetece-me repetir mais uma vez a palavra "melhor".
Sábado fomos jantar fora a uma espécie de quasi-pronti versão asiática. A Hero disse que ia aparecer com mais uma rapariga e... fiz a minha primeira amiga sul-coreana! Acho que me apaixonei.... Domingo andei a aproveitar o sol, na praia, o céu azul e uns agradáveis 7-8 graus! Iniciei o meu estudo em cafés holandeses. O primeiro alvo foi certeiro: um macchiato a dois passos do palácio da rainha. Depois um chá de menta, ao final da tarde, nas esplanadas junto ao parlamento, com uma mexicana, um estudante de medicina belga, a Joana e, como não podia deixar de ser... dois gregos! O sol foi-se embora e começou a maior tempestade desde que cheguei à Holanda, cheguei a casa a pingar. A noite de segunda-feira ficou instituída como aquela em que eu e o Panos vamos sozinhos a Grote Markt para relaxar um pouco depois do primeiro dia de aulas! Como os outros preferem sempre ficar em casa, as esplanadas de segunda à noite estão meio vazias e é perfeito para ficar à conversa com um amigo... desta vez ninguém se sentou ao nosso lado.
Hoje tenho de trabalhar...
terça-feira, 3 de março de 2009
A carta devolvida
Deixo-a aqui escrita, para já agora tu leres (mesmo que já esteja fora do contexto):
«
Biblioteca de Algés,
(nem sei a que dia vamos, mas consulto o telemóvel, e...)
21 de Janeiro de 2009,
Quarta feira,
e falta menos de uma semana para ires para as Netherlands.
Não era da biblioteca de Algés de onde te queria escrever. Era antes de algum sítio típico de Lisboa, tipo Chapitô (que não é muito típico, mas é bonito), ou Miradouro de Santa Luzia, ou Senhora do Monte, ou de ontro sítio qualquer onde me imaginasses a escrever esta carta, e pudesses sentir o cheiro a Lisboa (em vez do cheiro da biblioteca de Algés).
Quando esta carta te encontrar (e espero que te encontre mesmo, que não chegue antes de ti e por isso venha de regresso às 7 colinas), já tu estarás nesse país que farás de conta que é teu durante os próximos 6 meses.
Nesta altura, imagino que te terás sentido nervoso toda a segunda, que te terás sentido nostálgico por deixares os churrascos do teu pai, as bolachas de chocolate que a tua mãe compra no Jumbo (ou no sábado ou no domingo, já que lá vais quer num dia quer no outro), o plasma do quarto da tua irmã, as discussões entre o teu primo e a tua avó (pois, pois!...).
De segunda para terça mal terás dormido: cá por mim rebolaste na cama durante horas, a pensar que não te podes esquecer de nenhum papel nem do bilhete de avião, a pensar no que irás lá encontrar, e que vais ter de ser tu a lavar as tuas meias e cuecas durante meses.
Na madrugada de terça terás a sensação, ao sair de casa rumo ao aeroporto, que deixaste alguma coisa para trás (aposto que não levaste a tua almofada com uma botija de água quente lá dentro, a que te ofereci pelo Natal!).
Imagino-te agora no avião: ele a subir, a subir, e tu a veres Lisboa cada vez mais pequenina, mais pequenina, mais pequenina, a dizeres adeus enquanto acenas.
E, umas horas depois, a veres haia cada vez maior, cada vez maior, cada vez maior, com um sorriso para lá de grande.
Aí só te esperam coisas boas: gente bonita à farta, cinema, teatro, exposições (mas tudo em holandês, o que é que julgas?!) diferentes todas as semanas, todos os dias, em vários espaços, lugares e becos. Discutirás em inglês o Obama, a globalização, o consumismo, o Ocidente e o Oriente, Portugal, a União Europeia, África, o comunismo, o facto de uma amiga tua ser comunista, o capitalismo, as crises do capitalismo, a ecologia, a reciclagem, o Mundo.
Discutirás em inglês com um holandês, um italiano, um sueco, uma dinamarquesa e a amiga finlandesa, com um japonês, uma muçulmana linda de véu e olhos pintados, um americano anti-América.
Discutirás com todos ao mesmo tempo e um de cada vez, em inglês, arriscando as três palavras em holandês que sabes, e arranhando o teu mau francês para mostrares que sabes falar francês.
Comprarás bolachas de chocolate, das mais baratas que houver (que são caras na mesma), comerás muita lasanha congelada e chegarás mais gordo a Lisboa.
Andarás muito de bicicleta. Conhecerás tudo de bicicleta. E se calhar não chegarás mais gordo a Lisboa.
Chegarás mais feliz.
Mais culto.
Chegarás mais velho, mais maturo.
Chegarás sabendo lavar as tuas meias e cuecas.
Mas sei que chegarás mais tu. Mais parecido contigo próprio.
Sei que encontrarás o que seja que andes à procura, aí nas Terras Planas.
Consigo ser egoísta o suficiente para te dizer que te foste embora na pior altura.
Disseste-me que era bom estar sozinha e não me disseste como se fazia.
Agora que te sentes culpado, digo-te: se calhar é melhor assim. "Olha, Ana, agora estás mesmo por tua conta. Não terás de lavar a tua roupa interior durante 6 meses, mas não tens muletas, elas embarcaram num vôo da Easyjet por 100 euros para o Norte da Europa - agora vira-te!"
E vou virar-me, ora pois!
Assim, cá fica por escrito a intenção de, nos próximos meses, ser presença assídua dos teatros, cinemas e salas de espetáculos desta capital!
è bom ter-te na minha vida.
Entretanto, chega a hora das recomendações:
-Não te percas demasiado
- não te esqueças da carteira não sei aonde
- actualiza o blog
- manda cartas, que eu nunca recebo cartas pelo correio
- come fruta e bebe leite
-modera o alcóol e o tabaco
- fuma português suave
-estuda alguma coisa
Boa sorte.
Um beijo grande, com barulho, e um abraço apertado,
Ana
ps: daqui a uns meses convida-me para ir aí, ok?
»
Bem, aqui está ela.
Estávamos a falar sobre teatro e a vinda do David a Haia, a meio de Abril, quando um rapaz de óculos, cabelo loiro pelos ombros, casaco de malha, nos pergunta se se pode sentar na nossa mesa. Olhámos em volta, estavam todas as outras vazias. Mas OK, tudo bem. Ele ficou ao lado do Panos e a mulher que vinha com ele, ao meu lado. No mínimo estranho... Continuámos a nossa conversa, embora um pouco constrangidos por aquela presença tão próxima. Falavam em inglês um com o outro. Como é óbvio tentei perceber qual era o assunto deles, mas era impossível continuar a seguir o que o Panos dizia e ouvir a conversa alheia, ao mesmo tempo.
Ao fim de cinco minutos, aquele despropósito tornou-se insustentável. E o rapaz, com uma enorme naturalidade, pergunta-nos sobre o que estávamos a falar. Ela: 'vá, de um a seis, como avaliam a vossa conversa?' ( -O Quê?)
Acontece todos os dias falarmos com estranhos... mas nunca assim. Repito: todas as outras mesas da esplanada estavam vazias e, de repente, tínhamos uma linda mulher a pedir-nos para avaliar-mos a nossa conversa numa escala de 1 a 6.
Ela tinha uns olhos perfeitamente verdes. E o cabelo escuro. Devia estar nos seus trintas, ele '10 anos mais novo, mas 10 vezes mais sábio'. A conversa que estava a ter com o Panos transforma-se, então, em duas conversas. Eu e ela, a Nicola, e ele e o rapaz, o norueguês. Ela era irlandesa e trabalhava no 'Tribunal Criminal' e ele estudava música no conservatório. Da situação no Terceiro Mundo, ao nosso cinismo de esplanada, terminando com algumas considerações sobre sadomasoquismo, senti que ela mudava de assunto em cada frase. Ele desistiu de falar pouco tempo depois de ter começado. Por azar (ou por sorte) o bar não tardou em fechar. Voltámos a Asstraat de bicicleta, a rir-nos à parva e a perguntar: quem eram aquelas pessoas?
domingo, 1 de março de 2009
Obviamente que é domingo.
(obrigada por teres trocado notícias de Paris por desabafos lamechas)
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Regressei a casa e casa deixou de ser Lisboa: agora é Haia. Acho que a ponte ficou maior de repente. Ontem fez um mês que aqui estou...