sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Eis umas árvores e eu conheço-lhes a rugosidade, eis a água e eu conheço-lhe o sabor. Estes perfumes de erva e de estrelas, a noite, certas tardes em que o coração se dilata, como negar esse mundo cujo poder e cujas forças experimento? No entanto, toda a ciência desta terra não me dirá nada que possa certificar-me de que este mundo é meu. As pessoas descrevem-mo e ensinam-me a classificá-lo. Enumeram as suas leis e eu, na minha sede de saber, consinto em que elas sejam autênticas. Demonstram o seu mecanismo, e a minha esperança aumenta. Por fim, ensinam-me que este mundo prestigioso e matizado se reduz ao átomo, e que o próprio átomo se reduz ao electrão. Tudo isto é bom e espero que continuem. Mas falam-me de um invisível sistema planetário, onde os electrões gravitam em redor de um núcleo. Explicam-me este mundo com uma imagem. Reconheço então que os homens se embrenharam pela poesia."

Camus, O Mito de Sísifo

E agora meus amigos? Vou estudar físico-química..?

1 comentário:

  1. ah ana, gostei mesmo destas palavras, foi muito bom tê-las transcrito. Acho que se encaixam perfeitamente no que andamos todos para aqui a viver. Troca a físico-química pela filosofia.

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