sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quando chegámos a Paris e vimos a nossa varanda, no quinto andar do hotel mais barato de Monmartre, soubemos, desde logo, que não era preciso ver mais nada para a viagem ter valido a pena. À nossa frente, a graça massiva de Sacré Coeur. O charme de Paris a escorrer docemente pelos nossos ombros. Começámos a perseguição de todos os clichés, naquele momento. Saímos do hotel, subimos a escadaria de Monmartre, ficámos estarrecidos com a vista. Entrámos na igreja à noite e, depois de uma dose moderada de catolicismo e água benta a humedecer a testa e o peito, fomos à procura de um lugar onde comprar o vinho. Não foi difícil encontrar um bom tinto francês por 1 euro e noventa e cinco. Voltámos para o Hotel, tínhamos uma vista para apreciar. O Linus encarregou-se da música e ficámo-nos por ali, a beber, a conversar, a convencermo-nos que estávamos mesmo em Paris.

Tudo resto é o esperado... Louvre, Pompiduo, Champs Elisée, comprei um casaco, baguette, formage, mais um passeio em Monmartre, um nascer do sol solitário, Moulin Rouge, a campa do Jim Morrison, a beleza e a graça, apeteceu-me ficar por lá, é uma cidade que prende.

Regressei a casa e casa deixou de ser Lisboa: agora é Haia. Acho que a ponte ficou maior de repente. Ontem fez um mês que aqui estou...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Estou com saudades tuas, Shaman.

Pós-Carnaval

Jantar giro em casa da Mariana. Depois de quase uma hora à porta da casa dela, sem ninguém lá dentro, com sacos do Lidl contendo o jantar lá dentro, e devorando batatas fritas de pacote, amendoins salgados ao ponto de fazer arder os lábio depois do terceiro ingerido (a situação parece-me familiar), lá aparece a Mariana a carregar trinta coisas (continua a parecer-me familiar).

Arroz de Caril com alho francês (desde que começou a ser o David a cozinhar, este grupelho começou a alimentar-se muito melhor, não haja dúvidas), acompanhados com Os Conselhos Que Vos Deixo, do Bruno Aleixo, a música da Marli, e a brilhante ideia da Alanis Morissette (ela faz isto, a imitar isto, e é muito bonzinho).

Jantar giro em casa da Mariana.

Lembram-se de eu ter falado do que o David encontrou no caixote do lixo?

Esta é uma das milhares de definições:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Hoje Haia, amanhã Paris.
"There's no love, only proofs of love."
Os Sonhadores

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


Se na primeira vez que estive em Roterdão só vi frio... hoje só vi contentores debaixo de nuvens.

(A Universidade de Haia estipula como cadeira obrigatória para todos os alunos internacionais "Introdução à cultura e sociedade holandesas". A parte boa é que para além da vertente teórica da cadeira, existe a parte prática: visitas de estudo 100% à pála do Estado! Como não podia deixar de ser, 'se é de grates: lá vou eu!' )

O plano era uma ida de autocarro até Roterdão e depois um passeio turístico, de barco, pelo porto da cidade, o maior da Europa, (para mim, o maior do Mundo). O céu estava o mais cinzento possível, a água o mais castanha. Mais uma vez, a arquitectura futurista deste século a representar a destruição que a guerra causou no anterior. Esperava-nos uma hora dentro de água, num bonito paquete turístico que tenta criar um ambiente de charme 'para inglês ver' à paisagem da indústria, do comércio, do capital puro e duro, da troca, do dito desenvolvimento ocidental. Enormes navios em reparação numa doca seca com chaminés a deitar fogo como pano de fundo. Uma data de contentores com caracteres chineses e eu tentar imaginar o que traziam dentro. O maior do mundo. Para onde irão todas estas coisas? Só coisas e só metal. Com o movimento do barco o vento começou a gelar. Fomos para dentro depois das raparigas tirarem uma média de 50 fotografias cada. Ao quê? Apareci em algumas delas só pelo gozo de aparecer... mas ver os nossos sorrisos completamente indiferentes ao frio e à paisagem metálica que nos rodeava a 360º, não deixa de ser extremamente caricato. Hoje é um dia de perguntas: Porquê? O que motiva as pessoas a tirarem tantas fotografias, num dia (já disse que estava cinzento?) de Fevereiro, na parte exterior de um barco turístico? O que motiva a organização desta cidade a fazer daquela paisagem de bastidores, o palco principal desta palhaçada que é o turismo de câmara na mão? Onde fica a fronteira daquilo que nos dá ou não prazer?

Depois descemos para o interior da embarcação, devidamente aquecida, bebemos um café quente, um biscoito de amêndoas, e a paisagem lá de fora tornou-se num mero filme, um tanto entediante, que servia de pretexto para uma boa conversa entre novos amigos. Dormi nos 25 minutos de regresso a Haia, mas não sonhei com um mundo melhor.
Não volto a Roterdão.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Imagino-te tão bem nessa lufa-lufa um tanto exagerada...
e já te imagino com um pouco (muito grande) de saudade! Mas, vais ter de me desculpar, a vida de Erasmus não se assemelha muito a essa discrição!

Segunda-feira, festa em Leiden, estava muito bem a conversar com um dos poucos exemplares dessa espécie rara que possui no BI a nacionalidade holandesa, quando outro exemplar dessa espécie (oh Meu Deus, sim, eu vi dois holandeses no mesmo dia), desta vez, do sexo feminino, se chega à minha beira, aponta para a minha cerveja e diz: Drink it! ... eu bebi, OK ... 'Now kiss me'!

Nos outros dias fui um bom filho e andei a ver quartos para os meus pais e tios virem cá passar a primeira semana de Abril.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

São 21:59 da noite e ainda estou na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Cheguei às 7.25 da manhã, e são 22:00 (eu repito - 22:00), e ainda aqui estou.

Nunca vi ninguém a gostar tão pouco de andar aqui, e no entanto passar cá tanto tempo! E confesso que depois de ter dormido umas simbólicas 4 horas no sofá da sala, só quero é uma cama fofa, quente, confortável, com uma boa almofada bem mole, um boneco de peluche, .... bem, é melhor parar senão o mais provável é adormecer na sala 229.

(e entretanto já são 22:04, e atrasei em 5 minutos a hora de passar aquela porta verde da saída. uuuurrrrrggghhhh!)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Site: Terminal A

Origem: Lis (Lisboa)

Destino: AMS (Amsterdam)

Data da Partida: 19 de Fev

Incluir Low Cost (só quero em low cost, por favor!)

E depois deparo-me com um pedido de 300 € só para ir visitar o meu melhor amigo a Haia.
Pois, acho que me vou ficar apenas pela vontade...

sábado, 14 de fevereiro de 2009


O dia dos namorados é uma coisa estúpida e sobre isso não tenho mais nada a dizer.

Apanhámos o comboio das 10, às 11 estávamos na Amsterdam Centraal. Não havia pressa e o clima estava do nosso lado.

1. Começar no bairro de Jordaan e andar de canal em canal, suspirando, 'que bonito', 'tão calmo', 'que bonito'.

2. Olhar, pasmado, para as mães da Holanda que transportam os filhos num suporte de madeira à frente das bicicletas, misturados com os legumes do mercado.

Depois sentámo-nos numa esplanada castanha em frente ao canal, bebemos um cappucino, "Viajar é ver", concordo.

As pessoas acordam tarde, a cidade muda depois do meio dia. Uma invasão de espanhóis, atrapalhados com os mapas e as câmaras fotográficas, fazem o melhor para ter uma verdadeira "Amsterdam experience".

O passo lento, elas compraram tulipas no mercado das flores, e depois passeámos ao lado do Museu Van Gogh e da sua ridícula fila de fetichistas da imagem - ódios académicos.


Hum... uma rua com tons vermelhos ahah. Esta sim é a verdadeira Red Light Distric.Gordas, velhas, com ou sem cabedal, loiras, atrevidas, encavacadas, russas, morenas, qual queres? Sex show, coffee shop, cogumelos mágicos e a igreja católica a tocar sininhos para animar a festa.Meninas não pagam se entrarem com os meninos, 1 euro por minuto, 2 euros na ranhura e, voilá!, um showzinho de strip muito rápido, muito rápido, 'tenho mesmo de tirar tudo, estou um pouco enfastiada hoje, mas vá, pagaram dois euros agora tenho de vos mostrar'... Sou espanhol, foi só uma "Amsterdam experience"...


Porque não um museu, porque não o Sex Museum?


De volta a Haia, ups!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

(No início da semana todos os estudantes que alugaram casa através da DOWO receberam uma carta a dizer que estavam proibidos de fazer festas ou qualquer espécie de meeting em todos os espaços da residência.)
O melhor das festas Erasmus são as pré-festas.
A pré-festa de ontem foi no edifício ao lado do meu. Chegámos, um olá colectivo e começámos a conviver com quem estava mais perto: um turco, dois belgas, três espanholas... e já perdi o conceito de nacionalidade... Depois continuou a chegar mais gente e mais gente e já deviamos ser uns cinquenta. Cerveja Bavaria, a mais barata no mercado e estava a noite arranjada.

De repente, quando já começava a estar na hora de ir para A festa, a sirene de incêndio dispara. Mas não havia fogo. Neon-neon. Deu para rir um pouco... uns minutos de desorientação e um camião dos bombeiros à porta.
Evocoar o espaço, 'no passa nada', bora para a disco!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"Não acreditas no que eu encontrei junto ao papelão, quando fui deixar as coisas para a reciclagem"

"O que foi, David?"

"Já vês, já vês"

Não estava nada à espera daquilo que vi quando o David abriu o porta-bagagens. Eram gavetas, eram caixas, umas fechadas, outras abertas, eram coisas espalhadas no chão do carro.

Era uma vez um homem ou uma mulher que, durante a sua vida, construiu um dicionário. Não um dicionário comum, daqueles que temos na estante do escritório. Um dicionário em que cada palavra tinha o seu significado explicado numa frase, num provérbio ou numa expressão, retirada de jornais ou de livros, que esse homem ou essa mulher ia lendo com o passar dos anos.

São milhares de tiras em papel de rascunho escritas à mão (já amarelecido, e alguns dos documentos a partir dos quais se fizeram essas tiras estão datados de 1930 e trocó-passo em letra de máquina de escrever), com várias referentes à mesma palavra. A tira onde aparece pela primeira vez a palavra contem os seus significados mais comuns e o tal excerto de jornal ou livro (se foi retirado de um jornais diz "Jornais", se foi de algum livro, tem uma referência em código). Depois seguem-se várias outras tiras para a mesma palavra, só com os excertos.

Nas últimas horas só pensei nestas tiras de papel. Devo ter sonhado com isto, se eventualmente eu alguma vez me lembrasse daquilo com o que sonho. Deu-me vontade de ficar toda sentada no porta-bagagens do David a ler cada tira de papel, todas as tiras de papel.

Ver se trago uma para digitalizar e pôr aqui.

Ana

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Está explicado o mistério da hora trocada no Entre Lisboa e Haia!

Digamos apenas que a Hora do Pacífico (+8 horas), não é propriamente o nosso merediano horário!

(Para que conste: falei com Tiago e gostei....MUITO)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Para ir a Delft é preciso picar três vezes o bilhete de eléctrico. Apesar da viagem nem chegar a 15 minutos, prometo que nunca mais serei somítico e que, doravante, pagarei sempre o valor devido pelo transporte público. E se for Delft o destino, bem vale a pena pagar.
Uma série de estreitos canais e pequenas pontes, igrejas e arquitectura holandesa, um bónus de ternura maternal quando começamos a sentir que Haia vai ser a nossa casa paterna nos próximos meses. Ir a Delft é comer uma trufa, dançar no meio da rua ao som de uma caixa de música recortada de um conto de fadas, é comer uma enorme quantidade de batatas fritas vendidas num pacote de pipocas e espreitar para dentro das janelas abertas no final da tarde. Tudo isto já ali. E tão longe ao mesmo tempo.
Eu não resisto: é traditional!!!
Faz hoje duas semanas que aqui estou. Eriko, rapaz grego que fuma ganzas de duas em duas horas, guiado pela receita ecuménica "Deus criou a planta, era Sua intenção que o Homem a fumasse", disse com um ar sério: "Começo a perceber que isto não são umas férias, isto é estar aqui a viver".

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Então e...

...aparecer no skype para trocarmos dois meios-dedos de conversa?

Senão, troco-te! (sentiste-te minimamente ameaçado?)

Bom começo de aulas, De heer Tiago.
Um beijo soturno, que por aqui foi um domingo cinzento (daqueles em que se vê filmes do Jackie Chan aterrados no sofá, despenteados e sem banho tomado - se a SIC não tivesse transmitido um ontem à tarde).

sábado, 7 de fevereiro de 2009

happy happy joy joy (!!!)

HAAAAAAAAAAALOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Ai madre mia, o que tenho andado a perder!
Só hoje consegui pôr a cabeça em dia para me sentar ao PC mais de 15 minutos seguidos.
Ando a fugir a estas tecnologias, o demónio do tempo come-me os calcanhares a toda a hora: feio, feio!!

Nem sei por onde começar... HAPPY HAPPY JOY JOY por ti, Tiago, estou mesmo!! Nem imaginas quanto, sua cabeça tonta capaz de meter um avião de cu p´ro ar (i´m proud of you, m´boy!)

E deixa-me dizer que acredito piamente em todas as tuas tresloucadas experiências e aventuras pelo mundo do Erasmus. Bastou-me estar 4 dias em Estrasburgo para o ver pelo meus próprios olhos, vai um exemplo? Vai sim, que remédio, n´est-ce pas?

Ora bem, domingo à noite, à meia-noite, para ser mais precisa. Residência de estudantes de Robertsau, Estrasburgo. O Diogo não tem comida no quarto, estamos esganaods de fome. Não há cá bombas de gasolina nem lojas de conveniência para safar ninguém e eis que...descobrimos um pacote de sopa de cebola instantânea no armário! WOOHOO! Estamos na cozinha do 2º anda, de pantufas, preparando a inigualável iguaria, e eis se não que... Aparece uma criatura a andar aos esses, com uma gigante mancha de vomitado pela camisa e cara espalhada que nos diz: "Il y de la fête dans la cuiusine las-bas....hehehe".
Pronto, e tudo isto para quê? PARA SER MÃE E DIZER: TIAGO MANSILHA, LIVRA TE DE FAZRES FIGURAS COMO ESTAS, NÃO TE QUERO TRÔPEGO PELOS CORREDORES A FALARES 5 OU & LINGUAS DIFERENTES, TODO EMPORCALHADO, ATRAPALHADO, ATARANTADO E DECRÉPITO, TÁ?!

Ah, e em Estrasburgo também nevou ^^

Espero que já recebas cartas e postais, se não eu e Aninha vamos ficar com uma grande pedra no sapato, ouviu? Fala lá com quem trata aí disso e exige uma caixa de correio só p´ra ti se preciso for, hem? Nem que a espetes no meio do lago!

Muito mais há p´ra dizer, mas isso é assim até o senhor nos levar daqui p´ra fora.
Portanto, até já!

Gosto de vocês, perderam o jogo, mas não faz mal, está solinho nesta nossa Lisboa de recentes tempestades, vou saltar para o lago do campo grande enquanto penso no bom que é já não estar de férias e ter trabalhos p´ra fazer... Vive la fête!

Credo, que estupidez.

ATÉ JÁ!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

As festas Erasmus não são coisas dos filmes. Existem mesmo.
Não dormi e tinha de estar na faculdade às 6 da manhã para me "inscrever para as inscrições". O sistema é estúpido e um pouco complicado. Como depois só ia ser atendido às 9 e sabia que se voltasse para casa adormeceria no momento em que entrasse no quarto... decidi andar. Foi a primeira vez que vi o nascer do sol em Haia. Sem ter escolhido, o meu mp3 deu-me um faduncho para acordar. Decidi ir até ao mercado, devia ser a única coisa aberta às 6. A andar leva mais ou menos 40 minutos. Haagse Market, ou mercado de Haia, ou mercado turco. Prefiro o último. Andava com um sorriso estúpido, totalmente tonto, inexplicavelmente agradado com a directa que estava a fazer. Depois de uma festa com dezenas de pessoas, um passeio trémulo, sem mais ninguém. Quando lá cheguei vi muitas cores. Voltei a viajar ao Médio Oriente.
Eu acho bem que não sejas dentista.
Isto porque odeio ir ao dentista, e como não costumo gostar daquelas que me causam dor física (fora o Pessoa quando me deixa dois belíssimos arranhões na cara, parecendo então que andei envolvida no meio de disputas femininas), não iria gostar de ti se fosses dentista.
Fico contente com a decisão!
Hoje fui ver o exercício da malta do 1º ano do curso de teatro, ao CCB - as Bacantes.
Antes de mais, parabéns David! Estiveste muito bem, mesmo com o teu fato que parecia directamente saído da terra do Nunca onde habita a Sininho. Fizeram óptimo uso do espaço, os figurinos estavam muito bons, os coros em perfeito uníssono, e as interpretações muito dignas.
Eu gostei muito.
E tu, Ana Maia?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ok meus amigos faço aqui mesmo um juramento: eu NUNCA serei dentista.
Tal certeza vem do belo facto de ter ido hoje arrancar um dente do ciso (sim, só um e já ando com estas coisas!).

Depois de sair das aulas fui abrir uma conta no banco e almocei calmamente pela baixa. Visto que o dentista era só às 17h e ainda eram 15h fui queimar tempo para o cinema do corte inglês. Pedi para ir "à casa de banho", esquivei-me para dentro do filme "A Troca" (aquele do Clint Eastwood com a Angelina Jolie) e fiquei a ver o filme até às 16h30. Sai muuuuuito discretamente e pûs-me a caminho para o dentista na Rua da Beneficiência. Quando saí do metro chovia a potes pelo que, apesar da corridinha e do guarda chuva, cheguei meio ensopada. Sim porque por cá podemos aproveitar as temperaturas positivas mas para compensar apanhamos com dilúvios descomunais em vez de bonitos nevões que cobrem a cidade de branco.

Depois de esperar uns anitos na sala de espera lá entrei e quando saí vinha com um dente a menos. O sr ciso nem doeu muito a sair mas para chegarem aos confins da minha boca, puxaram-me a bochecha com uma fé tão grande que roguei as 7 pragas a todos os dentistas, cisos e bochechas à face do universo. Pensava que com o dente ia dente lá metade da cabeça! Não sei como é que os dentistas conseguem dormir à noite...
Apesar de tudo sobrevivi e trouxe o meu ciso para casa. Afinal ele é meu, fui eu que o fiz e por isso tenho o direito de ficar com ele. Nem que seja para o pôr debaixo da almofada e esperar por alguma generosa fada dos dentes...

Saí do dentista algures pelas 19h15 e reparei que, feliz coincidência, tinha começado outra sessão do filme "A Troca" no corte inglês às 18h30. Lá me pûs a puxar pela massa cinzenta e cheguei à conclusão que se me despachasse e conseguisse chegar ao cinema pelas 19h30 conseguia apanhar o filme mais ou menos onde o tinha deixado. Mal pensado, logo feito! Pûs o dente na mala e lá fui eu, pontos na boca e bochecha inchada, a acelerar Av. António Augusto de Aguiar acima rumo aos cinemas do Corte Inglês. De novo fui "à casa de banho" e de novo me esquivei para a mesma sala, quase para o mesmo lugar. Perdi uns 10 minutinhos de filme mas com tanto esquivanço acabei por ver o filme praticamente até ao fim.

Enfim Tiago, isto para recordar como também há dias fora do vulgar pelas ruas lisboetas.

Agora só faltam 3 cisos:D! esta quase...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Hoje, depois de um Nespresso...

... eu e a Ana decidimos que íamos deixar mais comentários sobre os nossos dias em Lisboa.
É que ao lermos as aventuras e desventuras de Tiago Mansilha, o quotidiano nesta pontinha da Europa parece bem aborrecido!



E agora que "it's happening, it's happening" - Dancemos no Mundo, que é uma pista suficientemente grande para todos nós.

ps: composição do meu grupo de trabalho de história económica - 4 portugueses, 3 brasileiros erasmianos, e o Mo - um chinês erasmiano. Cooooll!

FIET

JÁ TENHO UMA BICICLETA! (22€ bicicleta + corrente, loja de produtos em 30ª mão, tem campainha afinada e travões)

Passei duas horas dentro da loja. Na verdade, aquele sítio é tudo menos uma loja. Imagine-se um espaço com pouco mais de 10 metros quadrados onde um holandês vegetariano amontoa todo o tipo de produtos com uma especial predilecção por candeeiros, cadeiras e, é claro, bicicletas. Tenho que agradecer ao Linus porque foi graças a ele que consegui perceber o papel escrito na janela: FIETS 20. Fui lá e ajudei o holandês a arranjar duas bicicletas, conversei com ele em monossílabos, assisti à negociação para uma venda a três rapazes italianos, mais outra para duas raparigas. Não fosse ele uma personagem tão fora deste mundo e teria aceite o convite para ir esquiar numa pista artificial algures mais a norte.

Vais ter de esperar um pouco

Dança no poste, não. Depois do que vi ontem no red light district de Haia: não mesmo. Estava a nevar e eu andava a procura de uma papelaria para comprar um caderno. Uma cena idílica, a nevezinha a cair em doces flocos, blá-blá-blá... Esquecia-me, eu, que na Holanda dorme-se com as galinhas e às seis horas já está tudo a pôr os filhos na cama. Quer dizer, nem todos. Um quarteirão depois do bar da 150 cervejas diferentes, estavam muitos homens, calmamente, passeando por uma das ruas com bolinha desta bonita cidade. Ainda não fui a Amesterdão, não sei como se passam por lá as coisas, mas garanto que aqui é um pouco assustador. De repente, deixa-se de ver mães holandesas a correr para casa, debaixo de neve, depois de um cansativo dia de trabalho, e passa a ser possível apreciar uma boa centena de mulheres, cada uma na sua montra, cada uma perfeitamente estereotipada de forma a satisfazer qualquer tipo de fetiche. Aqui, não é divertido, nem turístico: elas estão lá para cumprir uma única função.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E as danças no poste?!

Olá a todos! Tem muito sido muito giro esta cena de escrever no blogue ou melhor vocês escreverem eu vou lendo. Mas o que realmente me interessa é se o Wally já teve esperiências Holandesas profundas, tipo danças no poste com gajas meias nuas todos nós sabemos. Eu não quero saber como é a tua faculdade ou o peixe cru (nós também temos peixe cru tu é que nunca comeste) o que queremos saber é se já dançaste e como é meu. E Ana tira o comunismo do blogue este blogue chama-se Entre Lisboa e Haia não Da Ditadura ao Comunismo.
Tou no gozo ok?! Puto isso aí deve ser lindo mas como já te disse na Páscoa vou para aí. Aprende o máximo que conseguires sobre Haia para me contares tudo. E Ana acho muito bem que lutes pelo que acreditas mas isso já tu o sabes.
Acabei por escrever muito e não dizer nada, foi basicamente só para me meter com vocês e escrever algo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Literalmente entre Lisboa e Haia...

... porque o passado fim-de-semana foi passado em Madrid.

Nevou, malta!!!

Sim, Tiago, eu sei que esta coisa de nevar acontece dia sim dia não na tua terra, mas aqui os povos mediterrânicos que vivem junto ao mar ainda ficam muito entusiasmados quando vêem os pequenos flocos brancos a caírem nos telhados e nos tejadilhos dos carros, tentando infantilmente apanhar uns quantos.

Bem, mas começando do princípio, desde a partida de Lisboa. Esta foi desde logo emocionante - não perdemos carteira nenhuma dentro do avião, mas cinco minutos antes de encerrar o embarque ainda estava o Rui a tirar o cinto e eu a pôr as carteiras dentro de um saquinho transparente para passarmos pelo raio-X. A dois minutos do encerramento do embarque, estava o Rui a pôr de novo o cinto, e eu a enfiar atabalhoadamente as carteiras dentro da mala. Chegámos a tempo.

À meia-noite chegámos ao centro de Madrid, ainda sem sítio para dormir. Mas aprendemos logo uma coisa importante - "pensión" em castelhano não é uma pensão. Ou pelo menos a menina que atendeu não estava ali para alugar quartos, é certo. "O importante é não desanimar " - continuemos.

Duas "Hostal" depois, e um encontro imediato com um bar chamado Marx Madera (giro, giro, giro), encontrámos um local simpático onde habitar por três noites.

Foi um fim-de-semana muito, muito artístico. Sinto-me agora mais entendida no que toca à arte dos séculos XV a XIX - de Rafael a Van Gogh, de Goya a Delaunay.

Àparte dos museus fomos a uma manifestação (sim, porque as pessoas ditas normais vão de fim-de-semana para uma cidade que não conhecem, e integram manifestações de solidariedade com a Revolução Cubana) onde encontrámos o Juan, perdemo-nos muitas vezes, achámo-nos outras tantas, comemos comida chilena, andámos debaixo de neve (já disse que nevou em Madrid?).



Entretanto, voltámos a Lisboa.

Isso mete medo.
Agora não tenho dúvidas: a FCSH fica num país de terceiro mundo. Não é possível fazer a menor comparação: simplesmente, não vou conseguir descrever a Universidade de tão moderna, organizada, simpática, bah... Ajoelho-me aos pés da rainha dos Países Baixos pelas boas condições de ensino. Hoje foi a recepção, havia comida típica (mais peixe cru - não, muito obrigado - e umas bolachinhas de caramelo, muito boas, feitas no momento), um artesão a moldar as botas de madeira características do artesanato holandês, um professor que sabia falar a nossa língua e que será o nosso tutor nos próximos dias, uma semana inteira de apresentações que terá direito a uma festa hoje, à noite, e a uma visita guiada pela cidade, amanhã.
Desculpa Babo, mas não tenho palavras.
São 8:23, dormi 7 horas. Estou preparado para o meu primeiro dia na Universidade. (?) Ontem estive a visitar Roterdão. Vi frio. Prédios e pessoas a andar de bicicleta com frio, mais arranha-céus, (por momentos, pensei que tinha apanhado o comboio errado e estava em Nova Iorque). Fiquei contente por ter vindo estudar para Haia porque Roterdão não é bonito... há muitas coisas que perdem a beleza se para as visitar é preciso estar mergulhado em temperaturas negativas. Haia tem uma dimensão humana e muitos cafés pequeninos para ir tomar uma bebida quente (com a minha Tia Amélia, que gosto muito e espero pela sua visita, ;). Já Roterdão parece uma daquelas cidades que tenta ser moderna à força, demasiado húmida, o maior porto da Europa, ok, mas levámos quase 1 hora para encontrar um bom sítio para sentar e comer - restaurantes turcos, Ámen! Fica a 17 minutos de Haia (agora acho que Portugal é um país grande), mas penso que só volto lá no Verão. São 8:40. Estou preparado.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Acabo de chegar de um bar com mais de 150 diferentes marcas de cerveja. Como bom português, perguntei logo ao mister se havia Sagres ou Super Bock. Ele disse-me que não e um casal holandês, ao meu lado, perguntou: - Ficaste desapontado?
Eu respondi -Não, mas fiquei um bocadinho.