a ponte entre as 7 colinas, o reino da Dinamarca, e a terra do baklava
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Em Haia...
Depois de uma noite inteira à conversa - primeiro com pastéis de Belém (esmagados e frios) e moscatel, e acompanhados pelo Panos e pela Joana, e depois sem comida nem mais companhia - aqui por Haia toma-se um duche para abrir a pestana, e preparar o corpo para o milhão de pessoas que nos espera em Amesterdão, para onde nos encaminhamos de seguida.
É Queen's Day nas Terras Planas.
ps: Beijinhos e abraços distribuídos!
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Apelo ao fim da consciência social e do dever. Não há miséria agora, nem sentido de tempo, nem as boas notas a filosofia. O meu mundo é regido por este balançar que me faz ter fome. Vou ao supermercado, abasteço-me e depois penso no dinheiro que gasto. Mas hoje não. Hoje aquelas pessoas do norte e do sul da Europa fizeram com que não me lembrasse nem de mim nem dos outros. A inteligência serve apenas para contar umas piadas, pouco mais. Que velocidade! Não há momento para respirar no jogo das cadeiras. Se sim, outros passam-nos à frente e depois é um vesso de avias. Que mentiras se contam da boca para fora, que piada inofensiva, que inofensivo fumar de erva. Nada nos pára porque estamos aqui e isto é só uma experiência. Quero subir mais degraus. Ainda não estou satisfeito. O tempo de Erasmus é mais apressado que o outro tempo. Não há espaço para posturas correctas. A nossa imagem no dia de hoje é a imagem que fica para todo o sempre e nada mais. Porque, realmente, nada mais interessa. Está presente em todas as conversas que tudo isto é efémero. Este tempo só serve para nos esquecermos que o tempo existe. Mas a sua evidência não me larga. A angústia do tempo estar a passar é demasiado grande quando se percebe que isto é O sonho. E não há nada pior do que se sentir impotente dentro dele. Tudo é possível, mas não somos nós que determinamos tudo o que acontece. Há sempre uma dependência em relação ao outro. Por vezes até à miséria do outro. Mas essa miséria parece muito mais saborosa que a minha. É danado demais. Estou feliz e frenético. Hoje. Basta um convite.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Descendo a Avenida...
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Entrei para a sala entusiasmado mas rapidamente me fui aborrecendo com uma narrativa enfadonha, paisagens desoladas, húmidas, um mundo de homens, de sujidade e de uma cruel modelação da natureza.
Lembro-me de me ter sentido bastante ansioso. Parecia que tinha medo de encontrar alguém e de esse alguém me perguntar o que andava ali a fazer sozinho. A solidão é uma coisa da qual devemos ter vergonha.
O que é facto é que me estava pouco nas tintas para o tal filme chinês. Quando decidira ir sem mais ninguém ao cinema era para ir ver um filme sobre o qual tinha lido no "Y" daquela semana. Pensava que era uma história de amigos em Nova York, mas que esses amigos deviam ter qualquer coisa muito especial, pois o filme era para maiores de dezoito. Pelo que tinha lido no jornal, não me parecia nada de extraordinário mas como devia envolver algumas cenas mais fortes (cinema independente...) tinha vergonha de convidar alguém para vir comigo e depois ficar embaraçado com o conteúdo do filme.
Decidido a vê-lo, lá fui eu na 13 até ao King, num dia qualquer em que não tinha aulas à tarde. No entanto, ao chegar às bilheteiras, fiquei estupidamente com um medo que a senhora me pedisse a identificação e me envergonha-se diante das outras pessoas. 'Faltam-te uns meses, rapaz, esse filme ainda não é para a tua idade'.
Então, olhei para o cartaz e vi que a "Natureza Morta" era mais compatível com a minha faixa etária. Fui só comigo ao cinema, mas não tive coragem para ver o filme que queria.
Vi-o ontem. E acho que fiz bem não o ter visto há dois anos atrás. Não o teria compreendido.
domingo, 19 de abril de 2009
Esta semana...
... partilhei com a Ana G. a paixão pelo J.P.,
... e regressei à Graça.
Entretanto, que ansiedade de pôr os pés aí é enorme, fica a música que, em algum desses parques, irei ouvir contigo:
So I was the lucky one
Reading letters, not writing them*
*que fique a dica, meu rapaz :)
sábado, 18 de abril de 2009
A tarde foi passada na relva, com um livro e o resultado foi uma cara um pouco mais coradinha!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
No dia 1 chegou a mãe, o pai, a tia e o tio.
Abraços, beijos, 'puxa as calças para cima'. Está tudo igual e na mesma. Bons pequenos-almoços.
Reacção materna ao entrar em Asstraat: 'Ai que este quarto parece uma prisão!', 'tens de limpar isto melhor, Tiago'
'E vais andar de bicicleta, agora à noite?'.
Há quanto tempo não ouvia um: 'Vê lá, tem cuidado!'
'Puxa as calças para cima'
No dia em que o pai, a mãe, a tia e o tio se foram embora, chegou o David.
Depois tive a visita da Bárbara, da Sofia, da Marline, da Natália e da Catarina, cinco meninas da FCSH que andávam a fazer um interrail pela Bélgica e Holanda.
No último fim de semana, foi a minha vez de ir com o David conhecer um pouco mais este país. Andámos por Maastricht, Groningen, Utrecht e Amesterdão. Viva o cartão de descontos e as promoções dos caminhos de ferro.
Na Terça-feira, quando o David se foi embora, senti-me sózinho.
As visitas não matam saudades, muito pelo contrário.
Queria tocar-vos mais.
.........................................................................................................................................Ontem este um dia de Verão. Um pouco deprimido, olhei para o mapa de Haia e decidi ir conhecer um parque novo que fica logo a seguir à minha casa mas que nunca me tinha dado para lá ir. E...
Descobri isto: um lago enorme onde se pode mergulhar, um jardim com garças, um palácio... O local perfeito... e no meu bairro! O guetto mudou de ar!
Tinha combinado ir à praia com a Lily . Mas este segredo era bom demais para guardar só para mim! Acabei por partilhá-lo...
E desculpem a paneleirice... mas este é o canal mesmo à frente de minha casa. A Holanda é mais bonita com flores! Venham rápido ver isto!!!
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Xiii, ca-burra!
Lá para as três e meia, a meio da noite, tenta entrar dentro do carro. uppppssss...! não consegue! Porquê? Porque se havia esquecido da chave do carro DENTRO DELE, e trancado-o (sim, isto é possível nos carros velhinhos). Depois de um momento de pânico, AnPossible mete-se num táxi, desabafa sobre a sua grandessíssima estupidez com o taxista, e vai buscar a chave suplente a casa da avó. Entretanto são quatro da manhã, e AnPossible acorda a sua avózinha com três valentes toques na campainha, que, com um ar confuso e assustado, lhe dá a chave suplente. Volto a entrar no táxi, faço o caminho de regresso à Graça, entro no carro, e regresso novamente.
QUE ESTÚPIDA!
quarta-feira, 8 de abril de 2009
I've got a friend who I've known since I was seven
We use to talk on the phone, if we have time, if it's the right time
Accompany me by the kitchen sink
We talk about love, we talk about dishwasher tablets, illness
And we dream about heaven
segunda-feira, 6 de abril de 2009
some little news...
eu que (assim na mais pura das sinceridades) não tenho andado propriamente assídua aqui ao nosso amigo blog, vim por fim fazer-lhe uma visita e deparei-me com inúmeras anas e tiagos a relatar vidas e pensamentos. Apesar de ser mais apologista de uma bela conversa pelo skype (com ou sem interferências, morangos ou tangerinas da carrasqueira) vou ver se começo a passar por aqui mais vezes, tanto para enviar um pouco do meu Portugal para a Holanda como para receber um pouco da Holanda no meu Portugal.
Acho que assim muuuuuito sinteticamente tenho 3 novidades para contar.
1. Estou a fazer um curso de desenho do corpo humano na baixa (sim, com nús e tal, mandem lá a piada da taradice)
Como sabem, já desde há algum tempo que eu andava a precisar de uma pinguinha artística que compensasse a minha "vida científica". Do interesse à procura, da procura à escolha, da escolha à inscrição... e agora lá ando eu pelo chiado no nextart todas as 5ªs das 19h30 as 22h desde Março até Junho. Um engenheiro civil, um arquitecto, uma economista, um tradutor inglês, uma estudante de design, um funcionário público, dois modelos... Ana, está bem que tu fazes trabalhos com brazucas e chineses mas olha que eu a nível de grupos diversificados também não fico muito atrás. Sou a caçula do grupo (para variar um bocado) e a professora, Isabel, antes de ir dar aulas para o nextart esteve 4 anos num retiro budista em França. Costumamos desenhar a Priscilla (uma brasileira que para além de ser a nossa modelo, também vai fazendo o curso) e fazemos imensos exercícios de técnica e percepção. O facto de a Isabel ter estado em meditação antes do curso é interessantíssimo porque muitas vezes, antes de desenharmos a modelo ou um outro corpo, temos que nos imaginar a nós próprios naquela posição, sentir e propriocepcionar o nosso corpo e todos os seus limites, volumes, membros, curvas e pesos. Por vezes chega a parecer uma sessão de relaxação de psicomotricidade do meu pai! Estou a gostar imenso do curso e nem imaginam o quão bem me sabe aquele bocadinho artístico e aquela visita à bela baixa pombalina uma vez por semana.
2. Estive a semana passada em Pas de La Casa, Andorra na viagem de finalistas
Apesar de toda a gente achar que as viagens de finalistas do secundário são só andar por aí com pessoas esquisitas em lugares estranhos a fazer coisas duvidosas, tenho a dizer que gostei imenso desta viagem. Apesar das 15 horas de autocarro, dos nevões constantes e de ter passado mais frio que o Tiago nas suas Holandas, ainda fizemos 5 dias de esqui e conheci pessoas impecáveis lá da escola que nem fazia ideia que existiam. Desci pretas no meio do nevoeiro cerrado, fiz saltos e 360ºs e andei perdida com outros gandulos no meio da montanha mas foi um espectáculo. Quando assisto às ondas gigantescas a rebentar na praia, a trovoadas barulhentas ou a furacões que arrastam tudo consigo, sinto-me minúscula face à enormidade e força da natureza. Foi também o que eu senti quando me vi no meio daquelas montanhas grandes e majestosas! Não é um sentimento de medo, mas sim de respeito e admiração. Valeu mesmo a pena.
3. Exame de código para a semana!!!
Aiaiai... esta novidade já não sei se é boa ou má. Apesar de ter planeado começar a estudar o código nas 30 horas de viagem de autocarro de ida e volta para Andorra, aqui a anusca esqueceu-se do livro, pelo que comecei a estudar ontem. Vamos lá a ver se nesta semanita o meu cérebro consegue travar amizades com aquelas 300 belas páginas. É bom que sim.
Talvez seja um passo à frente para te ir buscar ao aeroporto...
Novidades há muitas, mas agora de repente foram estas que quiseram ir passear até à Holanda, Algés, Carnaxides, Lisboas e arredores.
domingo, 5 de abril de 2009
Quem disse que a partir de certa idade as pessoas não mudavam?
D. Mariana, i.e., minha avó, durante 75 anos e meio nunca tinha pegado num animal ao colo. Nascida e criada no Alentejo, foi preciso chegar até a Outubro último para se arriscar a pegar num bicho ao colo. O Pessoa foi o feliz contemplado.
Nos últimos meses todos os que a conhecem andam abismados com o facto de ela ter "adoptado"o Pessoa como um terceiro neto (notem que: o Pessoa tem mais refeições por dia do que eu e come melhor do que eu, enquanto lá está). Tudo bem: o Pessoa é pequenino e é do conhecimento geral que é difícil resistir-lhe.
Mas quando uma mulher, com as características que enunciei supra, se depara com um cachorrão enorme, que não conhece de lado algum, nem o respectivo dono, e lhe começa a fazer festas e a gabar o "pêlo brilhante", é coisa para dizermos: "what the f$%/ ?"
A história não é interessante, de facto. Mas não deixa de ser uma prova de como as pessoas mudam.