sábado, 31 de janeiro de 2009

Não pedir comida holandesa!

- Então Valéria, precisas de ajuda?
- Sim, Tiago, vou mudar de casa.
Ajudei-a a pôr uns caixotes no Renaut 5 do amigo holandês, Tijs.
- Na verdade só ia dar um passeio, não tenho grande coisa para fazer.Querem ajuda a descarregar as coisas do carro para a tua casa nova?
- Oh, isso era óptimo!
- Hum, mas não há espaço para mim no carro...
- Não faz mal, levas-me ao colo no banco da frente.
Ficou bem claro que, se a polícia aparecesse, ela pagaria a multa.

O meu plano era fazer uma longa caminhada até à praia. O Tijs tinha uma bicicleta a mais, então ofereceu-ma para dar o passeio com ela.
- Quer dizer, eu também não tenho nada para fazer. Podia ir contigo e mostrava-te a cidade.
- Vamos, então!

Só cheguei hoje à Holanda! Andar de bicicleta neste país é uma experiência que não tem comparação com o andar de bicicleta em Portugal. A cidade é bastante maior do que estava à espera. Os prédios, os jardins, as janelas abertas, as embaixadas, os semáforos só para ciclista: tudo combina, cada coisa no seu lugar, à boa maneira dos países nórdicos.
Enquanto guiávamos para a praia conversámos bastante sobre o que é ser holandês e sobre a organização da própria cidade. A cada dia fico mais impressionado.
Depois... eu tive a bela ideia de dizer que gostava de provar a comida tradicional da Holanda e o Tijs, fazendo o seu papel de bom guia turístico, convidou-me para ir a um restaurante provar a iguaria nacional: peixe cru. É pá, mas não é peixe cru como o sushi, uma coisa requintada, que requer anos de aprendizagem, etc, etc, etc. É só arenque cru (que em tudo se parece com uma sardinha)! O peixe vem numa pequena caixa, pegas-lhe pelo rabo, passas numa outra caixa cheia de cebola picada, e dás uma dentada na extremidade oposta.

Quando cheguei a casa, as minhas mãos ainda cheiravam a peixe.

Agora percebo porque é que a cozinha holandesa não é muito popular. (temos praias melhores)

Sem comentários:

Enviar um comentário