O Korzo ganhou nome. Deixou de ser aquele lugar novo que descobri por acaso. Passou a ser O lugar.
A ideia de ir para um país novo sem conhecer ninguém por lá, fazia-me pensar que ia ter muito tempo para mim e para as minhas deambulações solitárias. Tempo para pôr a cabeça em ordem, ler e discutir comigo mesmo o que ando a fazer por aqui. Mas a verdade é que nada disso aconteceu. Quando se vive com mais quatro rapazes, num prédio de estudantes é impossível estar muito tempo sozinho e é impossível parar. Faculdade, passeios, festas ou cafés. Há sempre algum plano.
No entanto, Sexta-feira não queria fazer só aquilo que já passou a ser uma rotina: ir à pré-festa e à festa e depois deprimir no dia a seguir com os trabalhos todos para entregar.
Então fui sozinho ao Korzo.
Sexta fez exactamente dois meses que cheguei à Holanda e foi a primeira vez que fiz alguma coisa sozinho. E soube-me muito, muito bem. Tanto que me deu tempo para pensar em vocês. Vi um dos espectáculos mais fortes de sempre. Senti qualquer coisa.
Depois voltei a Asstraat, fui à pré-festa e à festa. E no Sábado não me senti mal com o trabalho.
Haverá prazer maior do que sabermos que conseguimos ser bons e felizes sozinhos, só por nós?
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